HÉLIO DELMIRO NO CLUBE DO CHORO DE BRASÍLIA

O refinamento técnico que proporcionou ao violonista Hélio Delmiro reconhecimento internacional sempre esteve associado a uma enorme sensibilidade. Ao fazer a emoção brotar das cordas, ele é capaz de contaminar tanto o público como os companheiros de palco com sua arte à flor da pele.

Sobre Hélio Delmiro, falou Elis Regina: "Esse bicho é um dos poucos músicos que me faz segurar meus próprios impulsos de cantar. Às vezes me comove tanto com um solo, que chego a querer ficar em silêncio, para o público não perder da memória o que acabou de escutar".

Diante do brasileiro, até mesmo o cerebral guitarrista norte-americano Larry Coryell, um dos pioneiros do chamado "jazz fusion", sucumbiu à emoção. Em 1978, na primeira edição do festival de jazz São Paulo- Montreux, Coryell foi às lágrimas durante a apresentação do trio de violões formado por ele, seu parceiro Philip Catherine e por Delmiro, em participação especial. Na ocasião, Coryell alinhou o brasileiro ao lado de ícones da guitarra como Wes Montgomery, Joe Pass e Charlie Christian.

A performance no festival valeu a Hélio Delmiro a inclusão naquele ano no ranking da prestigiada revista "Down Beat" como um dos cinco melhores do mundo em seu instrumento. A trajetória de 49 anos de carreira profissional de Hélio Delmiro teve origem em 1952, quando aos cinco anos de idade ele ganhou um cavaquinho do irmão mais velho, Juca, e começou a aprender a arte de dominar as cordas com o outro irmão, o violonista Carlos Delmiro. Profissionalmente, Hélio Delmiro se iniciou aos 14 anos, tocando em bailes do subúrbio carioca. Aos 18 anos, fundou o grupo Fórmula 7, presença freqüente nos programas de TV da época, com um repertório inspirado no Soul norte-americano.

A maturidade musical chegou na segunda metade dos anos 60, após ingressar no quarteto do saxofonista Victor Assis Brasil, a convite do próprio, impressionado com o talento de Hélio Delmiro ao vê-lo tocar em uma boate na zona sul do Rio. Desde então o prestigio conquistado no meio do jazz acelerou a trajetória ascendente do instrumentista, transformando-o num dos músicos de estúdio mais requisitados pelos principais nomes da MPB.

As parcerias mais duradouras ocorreram com Clara Nunes e Elis Regina. Da primeira, Hélio Delmiro tornou-se produtor e participou de toda a discografia. Com a segunda, atuou durante a maior parte dos anos 70, em gravações, e em turnês pelo Brasil, Europa, Ásia e América Latina. A qualidade musical de seu trabalho ainda atraiu os mineiros do Clube da Esquina. Participou de shows e discos de Milton Nascimento, Beto Guedes e Wagner Tiso.

A fama no Brasil e os sucessivos convites para festivais de jazz na Europa (Montreux, Madri, Barcelona, Sevilha, Salamanca, Berlim, USA), despertou a curiosidade dos jazzistas norte-americanos. Um ano depois da primeira edição do Festival São Paulo-Montreaux, recebeu convite para gravar com Sarah Vaughan o disco "Som Brasileiro" (1979), performance que arrebatou definitivamente o coração da diva e do seu produtor, Norman Grantz.

No ano seguinte Sarah voltou ao Brasil para gravar seu segundo disco e desta feita Hélio Delmiro foi colocado em participação especial – com direito a deferência (foto) na capa no disco "Exclusivamente Brasil" (1980). Daí em diante, sua carreira solo começou a decolar. O primeiro disco "Emotiva", veio em 1980. No ano seguinte, com César Mariano, faz o antológico "Samambaia". Depois de "Chama" (1984) e "Romã" (1991), ambos esgotados.

Hélio Delmiro voltou ao disco em 1999, em parceria com o maestro, arranjador e pianista norte – americano Clare Fischer. Ainda sem previsão de lançamento no Brasil, "Symbiosis" foi todo gravado no estúdio montado na casa de Fischer, em Los Angeles (EUA). A gravação antecedeu uma temporada de ambos na prestigiada casa The Jazz Bakery. No ano seguinte, a dupla se exibiu em concertos no Rio, em São Paulo e Brasília.

Em 2002 Hélio Delmiro cria a marca "Calaboca", e grava o CD autoral solo-acústico "Violão Urbano", que reflete culturalmente, segundo ele, suas origens carioca. Em 2004 produz o CD "Compassos" (Deckdisc), seu mais recente trabalho, contando com as participações de Bruno Cardozo (teclados), Jorge Helder (Baixo) e Jurim Moreira (Bateria), recebendo indicação entre os três melhores trabalhos de 2005 ao prêmio "Rival-Petrobras" de música instrumental. Em 2012 lançou de o CD, "Compassos".

As apresentações acontecem dias 21, 22 e 23 de Outubro de 2016 – quinta-feira a partir das 21:00 horas. Ingressos: R$ 15,00 (meia) e R$30,00 (inteira)

Informações: Tel.: 3224.0599. Ingressos: Clube do Choro de Brasília – SDC BLOCO “G” - Funcionamento da bilheteria: 2ª a 6ª feira: 10:00 às 22:00 horas. Sábado a partir de 19:00 as 21:30 horas, ou através do site: www.clubedochoro.com.br

O Clube do Choro de Brasília fica entre a Torre de TV, o Centro de Convenções e o Planetário.
Não recomendado para menores de 14 anos

==> Foto: Jorge Ronald

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