O domingo (3) foi o dia do público se despedir da etapa brasileira da
Copa do Mundo de Ginástica Artística em São Paulo (SP). O Ginásio do
Ibirapuera ficou praticamente lotado para conferir de perto grandes
ídolos internacionais da modalidade. A alegria da plateia ficou completa
ao ver os representantes do País subirem ao pódio em quatro das cinco
finais que competiram. Neste sábado (2), primeiro dia das finais, o
Brasil garantiu quatro medalhas. Ouro e bronze no salto com o jovem
Ângelo Assumpção e com Diego Hypolito, respectivamente, bronze com
Francisco Barretto Júnior nas paralelas e prata com Rebeca Andrade no
salto.
O primeiro aparelho de hoje foi o solo. Ovacionado pelo público, Diego
Hypolito entrou confiante. Os concorrentes haviam feitos belíssimas
apresentações, o que indicava que a tarefa de garantir uma medalha não
seria fácil. No entanto, o ginasta mais experiente da Seleção Masculina
não se intimidou. Respirou fundo e fez uma série com alto grau de
dificuldade. O resultado foi 15,550 e o segundo lugar no pódio. O
chileno Enrique Sepulveda arrancou a nota mais alta dos jurados (15,625)
e ficou com o ouro. O alemão Mathias Fahrig, também muito aplaudido,
somou 15,475 e ficou com o bronze. Ângelo Assumpção foi o sétimo, com
14,500.
A expectativa para ver o campeão olímpico das argolas Arthur Zanetti era
enorme. Mas antes dele entrar em cena, alguns atletas fizeram provas
limpas e garantiram boas notas. Companheiro de Zanetti na Seleção,
Henrique Flores foi um deles. Com exercícios praticamente impecáveis,
somou 15,100. Na sequência, o argentino Federico Molinari era outro
muito esperado, no entanto, apesar do bom desempenho, não conseguiu
superar Henrique. O brasileiro tinha assegurado a medalha de prata e o
argentino o bronze. O ouro não escapou das mãos de Zanetti. O campeão
mostrou que segue absoluto com uma apresentação emocionante e quase
perfeita, que deixou o público extasiado. Os 15,900 pontos do paulista
colocaram ele no ponto mais alto do pódio fazendo a dobradinha
brasileira.
Para Henrique, o resultado de hoje foi o cumprimento de uma meta há
muito tempo planejada. "Essa dobradinha era um sonho de muita gente. Eu
corrigi alguns erros da classificatória, cravei a saída e acredito que
isso fez a diferença. Esse foi um teste para os Jogos Olímpicos do Rio
de Janeiro", lembrou.
Ele completa ressaltando a força do público no momento da competição.
"Eu gosto do apoio da torcida, nos dá uma força a mais e quanto mais ela
gritava era melhor para mim. Foi perfeito esse teste e só tenho a
agradecer a todos. Essa prata veio com um gostinho de ouro. Quem sabe no
Rio a gente não tenha uma dobradinha de novo."
Zanetti adorou sentir o calor da torcida brasileira, algo apontado por
todos os ginastas como um diferencial. "A série foi boa, bem
encaixadinha. Amei essa competição. Foi muito bom competir com o público
do Brasil. A gente sentiu a energia e isso fez a diferença", afirmou o
campeão olímpico e mundial.
O segundo ouro do Brasil veio com a emocionante apresentação da pequena
Flávia Saraiva no solo. A ginasta cumpriu muito bem a difícil série do
aparelho e fez a torcida vibrar com toda a graça e beleza do exercício.
Com 13,625, ela ficou à frente das duas alemãs Elisabeth Seitz, prata
(13,400), e Leah Griesser, bronze (12,325). Outro jovem talento do
Brasil, Lorrane Oliveira também se saiu muito bem, mas uma pequena queda
deixou a atleta em oitavo lugar, com 12,400.
Flávia voltou a encantar. A ginasta mostrou muita firmeza e conquistou
mais uma medalha, desta vez, de prata, com 15,100. A pequena só foi
superada pela chinesa Chunsong Shang, com 15,400. A terceira colocação
foi da alemã Sophie Scheder, com 14,000.
A vibração do público também foi algo imensurável para Flávia, que fez a
estreia dela em uma competição adulta. "Eu fiquei muito feliz com esses
dois resultados, que treinamos bastante para conseguir. O que mais vou
guardar no coração dessa competição foi a torcida, que me ajudou
bastante e sempre me colocou para cima."
No cavalo com alças, Petrix Barbosa ficou bem próximo do pódio. O
brasileiro fez uma boa apresentação e obteve 14,325, mas foi superado
pelo alemão Andreas Toba, que ficou com o bronze somando 14,400. Os dois
primeiros lugares foram para a China, com Ruoteng Xiao na frente
(15,075), e em seguida Hongtao Zhang (14,900).
Ainda durante a competição, outro momento emocionante foi a homenagem
feita à Laís Souza, um dos grandes ídolos da ginástica brasileira. Ela
foi recebida pela presidente da Confederação Brasileira de Ginástica
(CBG), Luciene Resende, e pelas amigas Daniele Hypolito e Jade Barbosa.
Arthur Zanetti participou da homenagem a João Ribeiro, primeiro ginasta
brasileiro a competir nos Jogos Olímpicos.
Trazer novamente uma etapa da Copa do Mundo para o Brasil foi excelente,
segundo Luciene Resende. "Essa Copa do Mundo foi fundamental para a
ginástica brasileira. Os resultados foram ótimos e vamos buscar, cada
vez mais, aprimorar o nosso trabalho e trazer outras etapas da
competição, para a alegria do público brasileiro. A torcida foi muito
importante nessa preparação para os Jogos Pan-Americanos, Mundial e
Jogos Olímpicos", garantiu a presidente, lembrando que durante os três
dias de competição, 17 mil pessoas passaram pelo ginásio. Somente neste
domingo (3) foram 6500.
Confira os resultados completos no endereço: http://bit.ly/1zpKfY0
Delegação brasileira
Ginástica Artística Masculina
Ginastas: Ângelo Assumpção, Arthur Zanetti, Diego Hypolito, Francisco Barretto Júnior, Henrique Flores e Petrix Barbosa
Ginastas hors concours: Caio Souza e Lucas Bitencourt
Técnicos: Cristiano Albino, Fernando Lopes, Marcos Goto e Renato Araújo
Médica: Ana Carolina Corte
Fisioterapeutas: Maria Eugênia Ortiz e Raphael Velozo da Silva
Árbitros: Hilton Dichelli Júnior e Luís Mitio Okuda
Chefe de delegação: Leonardo Finco
Ginástica Artística Feminina
Ginastas: Flávia Saraiva, Letícia Costa, Lorrane Oliveira e Rebeca Andrade
Ginasta hour concour: Julie Kim Sinmon
Técnicos: Alexander Alexandrov, Alexandre Carvalho, Keli Kitaura e Oleg Ostapenko
Árbitras: Adriana Alves e Denise Lima
Chefe de delegação: Georgette Vidor
==> Foto: Ricardo Bufolin / CBG
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