A região conhecida no início do século 19
como Campos ou Sertões de Araraquara, que se estendia desde o Planalto
Ocidental paulista até o centro do atual Estado de São Paulo, é o pano de
fundo para a pesquisa minuciosa e precisa do arquiteto e urbanista
Vladimir Benincasa, registrada com profusão de imagens em Velhas
fazendas: arquitetura e cotidiano nos Campos de Araraquara (1830 –
1930), publicado pela EdUFSCar.
A obra analisa as fazendas do vasto
território que hoje compreende os municípios de Araraquara, São Carlos,
Ibaté, Itirapina, Ribeirão Bonito, Dourado, Descalvado, Américo
Brasiliense, Santa Lúcia, Rincão e Gavião Peixoto, relacionando a
arquitetura e o cotidiano do meio rural. As experiências sociais e
pessoais estudadas compreendem o período entre 1830, quando a região teve
os primeiros contatos com a cultura cafeeira, até 1930, ano que marca o
declínio do café na região Centro-Oeste paulista. “Este trabalho é um
resgate da memória, já que não se analisam os fatos do passado somente de
uma maneira externa, mas também foram reconstituídos e relembrados fatos
que, certamente, refletem as mesmas situações vividas naqueles tempos”,
explica Vladimir Benincasa.
No final do século 19 e início do século
20, os Campos de Araraquara passaram por um ciclo de grande crescimento
econômico e cultural. Durante o auge da lavoura cafeeira, houve a
necessidade de mais mão de obra, o que gerou aumento da população e o
consequente desenvolvimento econômico. Nesse contexto, as fazendas,
principalmente as casas-grandes, receberam melhorias como a instalação de
banheiros, água encanada, esgoto e iluminação. Este amplo acervo
arquitetônico encontra-se hoje destruído ou descaracterizado. “Não é só o
patrimônio arquitetônico que vem se perdendo, mas também os valores, os
costumes e os parâmetros, resultando em atitudes totalmente desconexas com
a realidade física local no dia a dia como o desprezo pelos equipamentos
urbanos, desvalorização de tudo o que se refira ao passado regional.” O
trabalho de Benincasa documenta a produção arquitetônica dessas velhas
fazendas, bem como descreve e analisa os aspectos cotidianos da época, das
questões de trabalho, da vida em família e em sociedade, evidenciando a
intrínseca relação entre a arquitetura e o modo de vida daqueles que
construíram a história do período e da região.
Lançado originalmente em 2003 e esgotado,
Velhas fazendas ganha agora nossa impressão, pois se configura
como referência bibliográfica da memória arquitetônica e da trajetória dos
habitantes da região naquele período, retomando o debate sobre a
conservação dos acervos históricos de São Paulo.
Sobre o autor – Vladimir
Benincasa é graduado, mestre e doutor em Arquitetura e Urbanismo pela
Escola de Engenharia de São Carlos, da Universidade de São Paulo.
Atualmente é professor na Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação da
Unesp, campus de Bauru. Tem experiência na área de projetos e docência,
com ênfase em Teoria e História da Arquitetura e do Urbanismo.
Título: Velhas
fazendas: arquitetura e cotidiano nos Campos de Araraquara (1830 –
1930)
Autor: Vladimir Benincasa
Número de páginas: 403
Formato: 25 x 25 cm
Preço: R$ 85,00
ISBN: 978-85-85173-95-1
Autor: Vladimir Benincasa
Número de páginas: 403
Formato: 25 x 25 cm
Preço: R$ 85,00
ISBN: 978-85-85173-95-1
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