O
artista chegou a Salvador em 1955 como Karl Heinz Hansen. Permaneceu no
estado baiano até sua morte, em 1978, como Hansen Bahia, nome adotado
pela paixão deste grande gravador alemão pelo povo e pela terra que
recriou nas xilogravuras como nenhum outro artista migrante e ou nativo
da terra.
Nascido em Hamburgo em 1915, foi marinheiro nos anos de 1930 e ainda escultor, poeta, escritor, cineasta, pintor, mas é gravando sobre madeira que faz das xilogravuras expressionistas um meio de compreender e amar o mundo conturbado e entre-guerras em que nasceu e se formou. Hansen compreendeu desde cedo que “Arte antiga, a xilogravura presta-se maravilhosamente para ideias modernas”, juntamente quando o modernismo na Europa afirmava-se e transformava a arte em toda uma forma visceral de ser e estar no planeta.
O mundo de Karl Hansen, ao chegar no Brasil em 1950, vinha povoado com forte carga pós-guerra da qual ele queria livrar-se, e pela qual buscou transmutar-se, assumindo a energia tropical, as paisagens da exuberância, as cores luminosas e a mestiçagem fascinante de povos gentis, abertos às novidades trazidas por muitos migrantes intelectuais e artistas fugidos do terror da guerra, os quais deram substancial contribuição à literatura e à arte feita no Brasil.
Nascido em Hamburgo em 1915, foi marinheiro nos anos de 1930 e ainda escultor, poeta, escritor, cineasta, pintor, mas é gravando sobre madeira que faz das xilogravuras expressionistas um meio de compreender e amar o mundo conturbado e entre-guerras em que nasceu e se formou. Hansen compreendeu desde cedo que “Arte antiga, a xilogravura presta-se maravilhosamente para ideias modernas”, juntamente quando o modernismo na Europa afirmava-se e transformava a arte em toda uma forma visceral de ser e estar no planeta.
O mundo de Karl Hansen, ao chegar no Brasil em 1950, vinha povoado com forte carga pós-guerra da qual ele queria livrar-se, e pela qual buscou transmutar-se, assumindo a energia tropical, as paisagens da exuberância, as cores luminosas e a mestiçagem fascinante de povos gentis, abertos às novidades trazidas por muitos migrantes intelectuais e artistas fugidos do terror da guerra, os quais deram substancial contribuição à literatura e à arte feita no Brasil.
Em
1950, faz sua primeira mostra no país, no Museu de Arte de São Paulo, a
convite do migrante italiano Pietro Maria Bardi, criador e diretor do
MASP. Trabalhou algum tempo ainda em São Paulo, onde lecionou gravura e
ilustrou livros. Mas é como um virtuose da técnica da xilogravura que se
tornou reconhecido internacionalmente em importantes mostras pela
Europa, alcançando lá uma notoriedade até maior do que no Brasil.
Aportou em Salvador - como fizeram Caribé e Pierre Verger, estes nos anos de 1940 – para fazer, em 1955, uma exposição na Galeria Oxumaré, e foi ficando encantado - como o argentino e o francês citados - pela Bahia e seu povo. Em 1959, assumiu o Estado em seu sobrenome e nele inspirou-se de todas as originais, magníficas e mestiças imagens quase lhe invadiam os olhos e o coração, alumbrados.
Trazia uma arte com forte influência estética de origem europeia, num expressionismo carregado de força gráfica. Deu a tudo isso a temática e o sotaque baiano ao colocar, também, os costumes e as gentes do Nordeste - e não só o sonho solar do recôncavo baiano -, dentro de seu vasto universo: “Tudo que sei e o que sou devo à Bahia”.
Aportou em Salvador - como fizeram Caribé e Pierre Verger, estes nos anos de 1940 – para fazer, em 1955, uma exposição na Galeria Oxumaré, e foi ficando encantado - como o argentino e o francês citados - pela Bahia e seu povo. Em 1959, assumiu o Estado em seu sobrenome e nele inspirou-se de todas as originais, magníficas e mestiças imagens quase lhe invadiam os olhos e o coração, alumbrados.
Trazia uma arte com forte influência estética de origem europeia, num expressionismo carregado de força gráfica. Deu a tudo isso a temática e o sotaque baiano ao colocar, também, os costumes e as gentes do Nordeste - e não só o sonho solar do recôncavo baiano -, dentro de seu vasto universo: “Tudo que sei e o que sou devo à Bahia”.
A
afirmação parece radical porque já havia aprendido a técnica e muitas
lições estéticas do expressionismo alemão, as quais nunca deixaram de
minar de sua obra, mas assimilou o jeito leve e espontâneo do povo, sua
força ancestral d’África, vinda da diáspora negra, e aqui transmutada no
jeito da arte de viver esta mesma ancestralidade, em meio a uma
natureza tropical generosa à beira do Atlântico. E Hansen vai descobrir o
recôncavo baiano à margem do belo Rio Paraguaçu, em Cachoeira e em São
Felix, região pela qual se apaixona e na qual se instala. Compra uma
antiga casa na primeira cidade onde monta sua Fundação Hansen Bahia, em
1976, e uma fazenda na segunda, onde está um memorial dedicado a sua
vida e obra.
Hansen Bahia ilustrou livros de Jorge Amado, o expressivo e definitivo álbum inspirado no poema Navio Negreiro, de Castro Alves, a “Ópera dos três vinténs”, de Bertold Brecht, que foi premiado na Feira do Livro de Frankfurt, e tantas outras.
Participou das primeiras cinco Bienais de São Paulo e suas obras estão no acervo dos mais importantes museus brasileiros e no Ermitage em São Petesburgo, e Albertina em Viena. Sua gravura “Os Quatro Cavalheiros do Apocalipse” fica internacionalmente conhecida pela versão muito original que faz da obra, similar ao renascentista e também pintor e gravador alemão Albrecht Dürer. Esta gravura de Hansen participou da mostra comemorativa do V Centenário de Nascimento do mestre ao lado de Picasso, Giacometti, Matisse, Henri Moore, e a mesma obra participa da mostra “Dürer Hoje” que circulou por vários continentes com obras de Albrecht e vários artistas contemporâneos.
Hansen Bahia ilustrou livros de Jorge Amado, o expressivo e definitivo álbum inspirado no poema Navio Negreiro, de Castro Alves, a “Ópera dos três vinténs”, de Bertold Brecht, que foi premiado na Feira do Livro de Frankfurt, e tantas outras.
Participou das primeiras cinco Bienais de São Paulo e suas obras estão no acervo dos mais importantes museus brasileiros e no Ermitage em São Petesburgo, e Albertina em Viena. Sua gravura “Os Quatro Cavalheiros do Apocalipse” fica internacionalmente conhecida pela versão muito original que faz da obra, similar ao renascentista e também pintor e gravador alemão Albrecht Dürer. Esta gravura de Hansen participou da mostra comemorativa do V Centenário de Nascimento do mestre ao lado de Picasso, Giacometti, Matisse, Henri Moore, e a mesma obra participa da mostra “Dürer Hoje” que circulou por vários continentes com obras de Albrecht e vários artistas contemporâneos.
Hansen
deixou inestimável contribuição à arte no país com sua obra gravada,
ainda não totalmente conhecida e reconhecida como merece, mesmo quando
agora fazem cem anos de seu nascimento. Esta mostra, então, é uma forma
de gratidão a sua presença generosa entre nós, também por ter deixado,
como artista visionário, uma Fundação com sua obra em Cachoeira em plena
atividade cultural a dinamizar a região do recôncavo.
Neste pequeno recorte de obras, vibra a grandeza de suas expressivas gravuras, recriando o ser de um povo que ele muito amou, em profundo gestual gráfico e poético, concebido com arrojo e vigor estético singular. Exala então, entre a terra e o sol o que é muito mais Hansen do que Bahia.
Serviço:
100 Anos de Hansen Bahia
Mostra na MHL Galeria
CLN 112 Bl D Sala 205
Neste pequeno recorte de obras, vibra a grandeza de suas expressivas gravuras, recriando o ser de um povo que ele muito amou, em profundo gestual gráfico e poético, concebido com arrojo e vigor estético singular. Exala então, entre a terra e o sol o que é muito mais Hansen do que Bahia.
Serviço:
100 Anos de Hansen Bahia
Mostra na MHL Galeria
CLN 112 Bl D Sala 205
==> Foto: Divulgação
0 comments:
Postar um comentário