Os ataques em Paris e os movimentos radicalistas na Europa

Homens armados mataram 12 pessoas e feriram 11 em um tiroteio na sede da revista ‘Charlie Hebdo’, em Paris. A revista era acusada de ofender o profeta Maomé após a publicação de uma caricatura, o que irritou os muçulmanos.

Para o professor de história do Cursinho da Poli, Elias Feitosa, o atentado terrorista aponta mais uma vez para a crescente tensão entre o radicalismo islâmico e os chamados valores ocidentais. “A oposição entre ocidente e oriente remota às Cruzadas e se intensifica em diferentes momentos da história. A expansão capitalista entre os séculos XIX e XX, responsável pela colonização da África, Ásia e Oceania, comprometeu ainda mais o processo por impor seu modelo de ‘civilização’ através da língua, costumes e valores sem levar em conta a cultura local, que, aliás, era vista como sinônimo de atraso e ignorância”, afirma o professor.

No século XX, mesmo após a emancipação destas colônias, a dificuldade de integração dos imigrantes (por mais que estivessem já estabelecidos, trabalhando e com filhos nascidos na França, portanto, franceses) foi mantida, e não raro eram vítimas de exclusão socioeconômica, bem como do racismo e xenofobia.

As palavras "Liberdade, Igualdade e Fraternidade" são um lema de ouro na França e estruturaram o pensamento ocidental nos últimos dois séculos. Desse modo, o atentado ocorrido seria na visão francesa, um modo de restringir a liberdade de imprensa e a democracia como um todo. Mas aos olhos islâmicos, representa a defesa dos valores de sua fé, já que a pessoa do Profeta ou a doutrina islâmica não devem ser criticadas ou satirizadas, soando como blasfêmia e, assim, se tornariam passíveis de punição.

Para entender mais sobre o processo histórico, as relações da França com o Oriente Médio e os movimentos radicalistas na Europa, sugerimos como fonte o professor e historiador Elias Feitosa.

==> Foto: Imagem de Vídeo Amador

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