A galeria principal do
Museu Nacional da República recebe, a partir do próximo dia 12 de novembro, obras
que oferecem uma visão ampla da produção visual brasileira contemporânea. É a
exposição SITUAÇÕES BRASÍLIA • PRÊMIO DE ARTE CONTEMPORÂNEA DO DISTRITO FEDERAL,
que reúne 20 artistas selecionados de vários estados do País e cinco
convidados, num grande salão de artes visuais. Até o dia 11 de janeiro de 2015,
será possível ver de perto trabalhos que trafegam por diferentes mídias,
linguagens, materiais, suportes. O evento inclui ainda prêmios aquisição e
lançamento de catálogo, com edição de dois textos também selecionados e um
texto de autor convidado. A abertura oficial será no dia 11 de novembro. A
entrada é franca.
SITUAÇÕES BRASÍLIA •
PRÊMIO DE ARTE CONTEMPORÂNEA DO DISTRITO FEDERAL é o único prêmio brasiliense
com características de salão e de âmbito nacional. Para chegar aos 20
selecionados, uma Comissão Curatorial – constituída pela curadora Cristiana
Tejo, pelo curador e editor Ricardo Sardemberg e pelo curador, produtor e
artista plástico Evandro Salles –
analisou 437 propostas inscritas. A mesma comissão elaborou uma lista de
artistas que foram convidados a participar do evento e terão
suas obras adquiridas e doadas ao acervo do Museu Nacional da República: o
paraense Luiz Braga, a gaúcha Lucia Koch, o amazonense Rodrigo Braga (radicado
no Rio de Janeiro), o brasiliense Gê Orthof e o paulista Paulo Monteiro.
Todos
os 20 artistas selecionados receberão R$ 3 mil a título de ajuda de custo para
participar da iniciativa. Dentre eles, cinco serão escolhidos e receberão
prêmio aquisitivo no valor de R$ 15 mil. Já os cinco artistas convidados serão
premiados com prêmio aquisitivo no valor de R$ 20 mil cada um. Para os dois textos
escolhidos, prêmio de R$ 5 mil e para o autor convidado R$ 10 mil. Os nomes dos
cinco artistas que terão suas obras adquiridas e doadas ao acervo
do Museu serão anunciados na abertura da mostra em 11 de novembro de 2014.
SITUAÇÕES BRASÍLIA foi
concebido e é coordenado pelo artista plástico, designer gráfico e produtor
cultural Evandro Salles. A realização é da produtora Dani Estrella.
ARTISTAS SELECIONADOS
ANA
MUGLIA (RJ)
Licenciada em Letras pela Faculdade de Filosofia,
Ciências e Letras Santa Marcelina, em Muriaé, Minas Gerais, tem mestrado em
Literatura Brasileira pela PUC/Rio de Janeiro. Fez cursos livres e teóricos na
Escola de Artes Visuais do Parque Lage, RJ. Expõe desde o início da década de
1990, tendo feito cerca de 10 individuais no Rio de Janeiro, São Paulo e Minas
Gerais. Em 2003, recebeu o Prêmio UNIARTE, do Museu Nacional de Belas Artes.
Participa de SITUAÇÕES BRASÍLIA com as pinturas Quinze de maio (pintura a óleo, cimento sobre compensado de cedro
recortado, 2008), Vinte e dois de novembro
branco (técnica mista, cimento sobre compensado de cedro recortado, 2007) e
Vinte e cinco de agosto (pintura
acrílica, cimento sobre madeira recortada, 2005).
ANDRÉ HAUCK (BH/MG)
Mestre
em Artes Visuais pelo programa de pós-graduação em artes da Universidade
Federal de Minas Gerais (UFMG), vive em Belo Horizonte, onde atua como artista
visual e fotógrafo. Desde 2002, desenvolve pesquisas com características
documentais no campo das artes visuais sobre a paisagem e a arquitetura de
grandes cidades. Através de um diálogo entre os processos de documentação
fotográfica e as artes visuais propõe um questionamento sobre como os
habitantes dos grandes centros urbanos moldam e configuram os espaços onde
vivem. Seu trabalho já recebeu importantes prêmios como o Prêmio Nacional de
Fotografia Pierre Verger e o Prêmio Funarte Marc Ferrez de Fotografia.
Participa do salão em Brasília com o projeto Sombras, realizado em 2014, na região de Lagoinhas em Belo
Horizonte, com três obras de fotografia que registram vestígios da presença de
dependentes químicos na região.
BETO SHWAFATY (CAMPINAS/SP)
Artista
e pesquisador nascido em São Paulo, 1977, com mestrado em Artes Visuais e
Estudos Curatoriais pela Nuova Accademia di Belle Arti – NABA (Milão, Itália,
2010). Seu trabalho está conectado às
esferas contemporâneas do design crítico, da política espacial, da economia do
conhecimento e da cultura visual. Tem sido selecionado para participar de
exposições coletivas prestigiadas como a Bienal do Mercosul, Panorama da Arte
Brasileira no MAM/SP, Rumos Itaú Cultural, dentre outras. Recentemente,
publicou A Vida dos Centros (2013),
um foto-livro de docu-ficção em que são abordados alguns fluxos históricos de
desenvolvimento urbano em três regiões de São Paulo. No Museu Nacional da
República vai apresentar trabalhos que reúnem fotografias, colagens, objetos
etc.
CAROLINA VALANSI (RJ)
Formada
em Cinema pela Universidade Estácio de Sá, tem formação em fotografia pelo
Ateliê da Imagem, no Rio de Janeiro, e pós-graduação em Arte e Filosofia pela
PUC/Rio. Descendente de uma família de empresários europeus imigrados para o
Brasil - e responsáveis por construir várias salas de cinema no Rio de Janeiro
-, Carolina Valansi trabalhou o legado, imaginário e memórias, dos cinemas
deixados por seu avô paterno e irmãos. Colocando imagens e textos dentro de
tábuas de parafinas, sugere placas-lápides do que acabou, mosaicos fantasmas
que incorporam elementos das salas de cinema, como a luz do projetor, as
vitrines de cartazes e a junção de fotogramas.
CRISTINA SALGADO (RJ)
Mestre
em Comunicação e Cultura e doutora em Artes Visuais pela UFRJ, atua como
professora adjunta do Instituto de Artes da UERJ. Realizou diversas exposições
individuais no Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte e em Yorkshire,
Inglaterra, além de ter participado de dezenas de coletivas. Apresenta Escultura como imagem, 2009, feita como
um grande corpo estruturado em camadas, ajustadas umas sobre as outras, de
longas tiras de tapete, dobradas, enroladas, empilhadas e, em vários momentos,
atravessadas por buracos vazios, produzidos por grossos tubos de borracha
preta. Nessa estrutura, o interno e o externo estão expostos simultaneamente.
DIEGO BRESSANI (DF)
Nascido
e criado em Brasília, é formado em Artes Cênicas pela Universidade de Brasília
– UnB. É fundador e fotógrafo do Estúdio Califórnia, situado na capital
brasileira. Em SITUAÇÕES BRASÍLIA, apresenta exemplares do projeto Super-heróis das Superquadras, inspirado
na figura dos porteiros dos blocos residenciais do Plano Piloto. Tendo passado
a infância e a adolescência no Bloco L da Superquadra 309 norte, Diego decidiu
retornar ao local e se surpreendeu ao encontrar os mesmos porteiros ainda
trabalhando lá. Fez retratos daqueles que foram seus super-heróis do passado, confrontando
a forma como os via antes e como os vê nos dias atuais.
ELEN GRUBER (SP)
Artista
visual, reside e trabalha em São Paulo. Há quatro anos realiza trabalhos
artísticos em diversos suportes como vídeo, instalação, escultura e pintura. No
decorrer deste tempo, desenvolveu crescente interesse pela performance,
passando a fazer trabalhos com seu corpo e testando os limites dele. Seu
trabalho investiga questões relacionadas à força, resistência e embates físicos. Apresenta em Brasília obras que integram a série os 12 trabalhos, onde a artista realiza ações performáticas em que
põe à prova a resistência e a força do seu corpo, tendo como premissa o mito de
Hércules.
ERICA FERRARI (SP)
Graduada
em Artes Plásticas pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São
Paulo, com Bacharelado em Escultura, expõe desde 2005, tendo feito várias
exposições individuais por São Paulo, Belo Horizonte e também em Madri, na
Espanha. Traz para o Museu Nacional a série de trabalhos Estratigrafia – Palácios, na qual investiga as camadas históricas
dos Palácios Nacionais, especialmente aqueles marcados por situações de luta e
violência e que hoje abrigam centros culturais ou museus. Erica exibe painéis
que fazem referência a palácios de vários estados brasileiros.
EVANDRO SOARES (GO)
Escultor,
nascido em Mundo Novo, Bahia, vive e trabalha em Goiânia. Foi o ganhador
do Prêmio SESI de Arte e Criatividade por dois anos seguidos. Obteve
o Prêmio Seleção da Fundação Jaime Câmara: Nova Arte de Goiás. Suas obras já
foram vistas no circuito internacional Criadores
do Brasil, passando por Londres, Lisboa, Madri, Viena e Roma. Em SITUAÇÕES
BRASÍLIA apresenta trabalhos de desenho em linhas de metal e em vinil adesivo.
FELIPE ABDALA (RJ)
Nascido
no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha, possui graduação em História da Arte
pela UERJ, tendo feito cursos de Aprofundamento na Escola de Artes Visuais do
Parque Lage. Para o salão brasiliense preparou a instalação Carimbos, realizada com madeiras
recolhidas em madeireiras e outros locais, transformadas em grandes carimbos
que são presos às paredes e soltos de uma só vez, deixando na tinta clara a
mancha que acompanha sua forma.
ÍCARO LIRA (SP)
Nascido
em Fortaleza, Ceará, vive e trabalha em São Paulo. Artista visual, editor e pesquisador
no âmbito do Documentário Experimental. Estudou Cinema e Vídeo na Casa
Amarela-UFC, em Fortaleza, Montagem e Edição de Som, pelo Instituto de Cinema
Darcy Ribeiro e na Escola de Artes Visuais do Parque Lage no Rio de Janeiro.
Apresenta assemblages e esculturas criadas nos últimos dois anos, depois de
cinco viagens que fez à cidade de Canudos, no sertão baiano.
ISMAEL MONTICELLI (CACHOEIRINHA/RS)
Nascido
em Porto Alegre, é Bacharel em Artes Visuais pela Universidade Federal do Rio
Grande do Sul e mestre em Artes Visuais pela Universidade Federal de Pelotas
(UFPel, 2014). Tem realizado exposições individuais e participado de várias coletivas
ao longo dos últimos três anos. Participa do salão de Brasília com o trabalho O deserto dos tártaros II, composto de fotografias
impressas sobre papel metalizado. Usando a combinação de objetos e restos do
cotidiano de sua própria casa - como farinha de trigo, espelho de banheiro,
fragmentos de plástico e sacolas de supermercado –, o artista forja imagens que
sugerem paisagens lunares, nevadas, marítimas, distantes, de geografias isentas
da presença humana, nas quais a força da natureza é soberana.
JOÃO ANGELINI (DF)
Artista
plástico e pesquisador, tem na imagem em movimento o maior ponto de partida
para suas pesquisas, com desdobramentos em vídeos, animações, fotografias,
gravuras, performances e brinquedos. Pela diversidade da produção, seus
trabalhos são publicados regularmente em eventos de diferentes meios
institucionais como cinema, teatro, shows de rock e galerias de arte. Suas
premiações têm a mesma diversidade: do festival Anima Mundi 2009 (Júri
Popular/SP) ao Novo RUMOS 2014. Atualmente é professor de gravura, animação e
tridimensionalidade da Faculdade de Artes Dulcina de Moraes, onde leciona desde
2008. Apresenta a obra O Poeta e o
Pornógrafo, uma vídeo animação feita a partir da manipulação eletrônica das
cores puras em vídeo.
MARCELO MOSCHETA (CAMPINAS/SP)
Natural
de São José do Rio Preto (SP), é formado em Artes Plásticas pela UNICAMP em
1999 e possui mestrado pela mesma Universidade. Vive e trabalha em Campinas.
Destacam-se em seu currículo as exposições individuais 1.000 km, 10.000 anos (2013) e a instalação Contra.Céu (2010), ambas em São Paulo. Comissionado pela 8ª Bienal
do Mercosul (2011), realizou sua pesquisa em toda a extensão da fronteira entre
Brasil e Uruguai. Suas instalações incorporam elementos como o desenho, a
fotografia e a informação registrada. Em SITUAÇÕES BRASÍLIA apresenta a série Fotocromáticos, com imagens em preto e
branco colocadas em pranchas onde estão códigos de cores PANTONE® - usado como
referência no padrão de representação de cores em materiais gráficos.
MARIANA MANHÃES (RJ)
Nascida
em Niterói, vive e trabalha no Rio de Janeiro. Participou de exposições em
diversos museus e galerias no Brasil e exterior, como Bienal de Vancouver
(Canadá), Shanghart Gallery (Xangai, China), The Mattress Factory (Pittsburgh,
EUA), Bozar Museum / Europalia (Bruxelas, Bélgica), Centro Cultural Banco do
Brasil (Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília), Martin-Gropius-Bau Museum
(Berlim, Alemanha), Instituto Itaú Cultural e Instituto Tomie Ohtake (São
Paulo), Museu de Arte Moderna (Rio de Janeiro), dentre vários outros. Apresenta
a obra Thisthose (Window Shutters), 2012,
animação de uma janela que fala e respira e que é apresentada em um pequeno
monitor LCD.
MARIE CARANGI (RECIFE/PE)
Nascida
e radicada em Recife, é formada em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade
Federal de Pernambuco – UFPE. Em SITUAÇÕES BRASÍLIA apresenta performances em
vídeo: Gritofonia (2014), que prova
que uma voz nunca é alta o bastante, e Corte
Estilo Guilhotina (2014), com uma guilhotina de papel como instrumento para
cortes de cabelo de desconversão.
MARLENE STAMM (SP)
Nascida
em Vacaria, RS, vive e trabalha em São Paulo. É formada pela Escola Superior de
Música e Belas Artes do Paraná, Curitiba, tendo feito já oito exposições
individuais em cidades como São Paulo, Curitiba, Salvador, Madri e
Porto/Portugal. Propõe, para o salão de Brasília, a obra Uma Hora e Vinte Minutos de Luz, com 230 aquarelas sobre papel.
Para cada imagem, a artista acendeu um fósforo e cronometrou a duração da
chama. O tempo de 1h20 equivale à duração de um voo entre Brasília e São Paulo.
Tempo que desdobra o seu próprio espaço.
PEDRO DAVID (BH/MG)
Nascido
em Santos Dumont, MG, vive e trabalha em Nova Lima e Belo Horizonte. Fotógrafo
e artista visual, graduado em jornalismo pela PUC/MG, com pós-graduação em
artes plásticas e contemporaneidade na Escola Guignard (UEMG). Publicou os
livros Paisagem Submersa (Cosac Naify
2008), O Jardim (Funceb 2012), e Rota Raiz (Tempo D’Imagem 2013), além de
participar de coletivas e individuais. Apresenta uma série de imagens que
capturam fachadas de casas do interior brasileiro.
REGINA DE PAULA (RJ)
Mestre
em Artes pela Columbia University (NY/USA), doutora em Artes Visuais pela
EBA/UFRJ e professora adjunta do Instituto de Artes /UERJ, recebeu os prêmios
Brasília de Artes Visuais, VI Salão da Bahia e Programa de Bolsas RioArte,
dentre outros. Em 2005 foi artista residente do Centro d’art Passerelle, em
Brest, França. Suas pesquisas incluem fotografia, vídeo, instalação, desenho e
pintura. Participa de SITUAÇÕES BRASÍLIA com os trabalhos Bandeiras, vídeo realizado na ruína arqueológica de Avdat, sítio
fundado pelos nabateus, ancestrais dos árabes e hoje território de Israel, e as
fotografias Sem titulo (Avdat) e Sobre a areia.
SANDRA REY (PORTO ALEGRE/RS)
Vive e
trabalha em Porto Alegre, RS. Desenvolve produção a partir de pesquisas em
fotografia e tecnologia digital produzindo trabalhos em grandes e pequenos
formatos, vídeos, instalações, livros. Doutora em Arte e Ciências da Arte pela
Universidade de Paris I-Panthéon Sorbonne (1993), é professora associada na
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Possui pós-doutorado na área de
fotografia/arte contemporânea na Universidade de Paris 8 (2002-03) e coordena o
grupo de pesquisas Processos Híbridos na Arte Contemporânea com diretório junto
ao CNPq. Apresenta no salão o trabalho [CASA]-[LUA],
montagem fotográfica com intervenções de palavras e grafismo, resultado de
projeto artístico que abrange deslocamentos em sítios naturais, fotografia,
processos de pós-produção digital e agenciamentos por associações de palavras
com imagens e desenhos.
SITUAÇÕES BRASÍLIA • PRÊMIO DE ARTE CONTEMPORÂNEA
DO DISTRITO FEDERAL
Local:
Museu Nacional da República
Data: 12
de novembro de 2014 a 11 de janeiro de 2015
Visitação: de
terça a domingo, das 9h às 18h30
Informações: (61) 3325-5220 e 3325-6410
==> Foto: Divulgação


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