Empurrado pela torcida, o Flamengo deu um passo importante na disputa
por uma vaga na final da Copa do Brasil. Na noite desta quarta-feira,
num Maracanã animado por mais de 45 mil pessoas, o Rubro-Negro contou
com uma noite inspirada de Gabriel para superar a muralha Victor, fazer 2
a 0 no Atlético-MG e quebrar uma sequência de seis jogos invictos do
adversário. O ensaboado meia-atacante deu o passe para o gol de Cáceres
e, após fazer fila em linda arrancada, sofreu o pênalti convertido por
Chicão. Agora, os cariocas vão para Belo Horizonte em vantagem. E com
uma motivação extra: nas quatro vezes em que superaram o Galo em um
confronto eliminatório, faturaram o título. Já o Alvinegro, para
continuar sonhando com a inédita conquista, precisará repetir o feito
que conseguiu diante do Corinthians, quando perdeu o primeiro duelo pelo
mesmo placar e, depois, venceu por 4 a 1.
Foi um jogo nervoso, típico da rivalidade acirrada nos anos 80 entre os
dois clubes, com muita marcação. Por sinal, os dois gols do jogo foram
marcados por jogadores de defesa. A preocupação de Levir Culpi era tanta
que ele adotou uma esquema mais defensivo, tirando Luan para a entrada
de um segundo volante: Pierre, que perdeu tragicamente o irmão no início
da semana, assassinado no interior da Bahia. Mas nem isso, tampouco os
milagres de Victor, foram suficientes para segurar um Fla empurrado por
40.909 pagantes (45.642 presentes). A renda da partida foi de R$
2.858.215,00. A torcida atleticana também compareceu em grande número ao
Maracanã.
Flamengo e Atlético-MG voltam a campo para a partida decisiva, valendo
uma vaga na final do torneio, na próxima quarta-feira no Mineirão.
Antes, porém, os dois têm compromissos importantes no domingo pelo
Campeonato Brasileiro. O Rubro-Negro recebe a Chapecoense às 19h30 (de
Brasília) no Maracanã atrás de uma vitória que deixaria o time
praticamente sem riscos de rebaixamento. No mesmo horário, o Galo visita
o Atlético-PR na Arena da Baixada para defender sua posição na zona de
classificação para a Libertadores.
Victor faz milagres e segura o Fla
O primeiro lance agudo do jogo já era sinal de qual seria a tônica do
duelo: velocidade da parte rubro-negra, representada pela chance clara
de gol com um minuto de bola rolando; e a muralha alvinegra, simbolizada
por Victor ao salvar o fim da jogada cara a cara com Eduardo da Silva.
Foi só o primeiro milagre da noite do goleiro, que evitou o gol de
Everton e o de Jemerson, que seria contra, ao tentar cortar um
cruzamento. Tudo isso com menos de meia hora. O Galo demorou a encaixar a
marcação e a escapar da adversária. Tardelli flutuava em campo para
tentar fugir dos carrapatos Chicão e Cáceres. Maicosuel tentou usar a
habilidade, mas se passava por um, dois, lá vinha o terceiro para
desarmar. Estava difícil.
Tanto que, mesmo com o Fla se jogando ao ataque, o Galo só conseguiu
criar um contragolpe com perigo. Foi no fim do primeiro tempo: Tardelli
cruzou, e Marcos Rocha apareceu na área para cabecear tirando tinta da
trave de Paulo Victor, que apenas observou. A única chance atleticana
foi um grande susto para os rubro-negros, que ficaram mais receosos em
avançar nos minutos finais. Gabriel recebeu uma bola no ataque e olhou a
sua volta. Viu Eduardo da Silva sozinho na área no meio de quatro
marcadores. Estava difícil lá e cá.
Gabriel faz fila, e Paulo Victor brilha
Panorama insuficiente para que nenhum dos técnicos alterasse suas
peças. Vanderlei Luxemburgo e Levir Culpi deram um voto de confiança a
suas escalações. Mas os cartões amarelos fizeram os treinadores mudarem
de ideia rápido. Foram quatro em menos de 15 minutos, dois para cada
lado. Canteros e Pierre, amarelados, deram vagas a Amaral e Luan,
respectivamente. Já as saídas de Everton e Douglas Santos foram forçadas
por problemas musculares. Luiz Antonio e Alex Silva entraram. Só uma
das três alterações dos comandantes foi tática: Nixon no lugar de
Eduardo da Silva para dar mais velocidade ao ataque rubro-negro, e
Marion no de Carlos, pelo mesmo motivo. Em meio a tantas substituições, o
Fla abriu o placar aos 15 minutos aproveitando cochilo da defesa.
Começou com Marcos Rocha, que fez uma falta no limite da área em
Gabriel e por pouco não foi pênalti. Na cobrança, João Paulo foi cruzar e
acertou o travessão. Enquanto zagueiros, volantes e o goleiro ficaram
parados, parecendo não entender a jogada, Gabriel pegou a sobra e
levantou na cabeça de Cáceres, que ganhou de Edcarlos e fez 1 a 0. Herói
no primeiro tempo, Victor dessa vez nem se mexeu e ficou pedindo uma
falta no lance. O protagonista da vez passou a ser Gabriel. O ensaboado
meia-atacante, na sequência, comprovou a grande fase, escapou de uma
falta no meio de campo, driblou Marcos Rocha, deixou Edcarlos para trás,
invadiu a área e sofreu pênalti de Josué, que se atirou de cabeça nos
pés do jogador para tentar, sem sucesso, o desarme. Chicão cobrou para
ampliar o marcador, aos 33 minutos.
Para não ter que subir de novo uma enorme montanha no Mineirão, como
fez contra o Corinthians, o Galo foi para o abafa. Um gol seria o
suficiente para deixar o Alvinegro na boa. No tudo ou nada, teve uma
chance, clara, com Marion. No rebote de um chute de fora da área de
Maicosuel, Marion pegou duas vezes na pequena área, mas parou, nas duas,
em Paulo Victor. Foi a vez de o goleiro rubro-negro virar herói. Ali,
aos 37 minutos, a torcida teve a certeza de que já podia comemorar.
==> Fonte: Globoesporte
==> Foto: André Durão


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