Armazém Cia. de Teatro traz NOVO espetáculo a Brasília, no Teatro Plínio Marcos

Falta de ética, abuso de poder, crise moral. Estes e outros impasses sociais contemporâneos movem O dia em que Sam Morreu, novo espetáculo da Armazém Companhia de Teatro. Voltando de apresentações premiadas em dois dos mais importantes festivais de teatro do mundo, Avignon (na França) e Edimburgo (no Reino Unido), o grupo segue em turnê pelo Brasil e apresenta-se em Brasília a convite do grupo carioca Brecha, que ocupa até março de 2015 o Teatro Funarte Plínio Marcos.  Em Avignon, a peça recebeu o prêmio Coup de Coeur (dado pelo Club de la Presse d’Avignon aos 3 melhores espetáculos inéditos no Festival). Em Edimburgo, o Armazém recebeu o Fringe First Award, prêmio concedido pelo jornal The Scotsman (o maior da Escócia) às dramaturgias mais ousadas e inovadoras apresentadas no Festival.

Com texto de Maurício Arruda Mendonça e Paulo de Moraes, que também assina a direção do espetáculo, O Dia em que Sam Morreu se alicerça no questionamento dos limites do mundo atual. A trama flagra os acontecimentos que mudam a rotina do hospital onde o desgovernado cirurgião-chefe Benjamin (Otto Jr.) aplica métodos nada ortodoxos para subir na carreira, incluindo altas doses de fármacos para aplicar filtro próprio em sua realidade. Quem invade o lugar é o jovem Samuel (Jopa Moraes), armado com uma pistola e muito idealismo, acreditando que assim pode ajustar os ponteiros do sistema corroído por todas as partes. Uma espécie de duelo entre o “eu sou o que eu sou” e o “eu sou o que me constitui”.

“Pegamos o impulso, a inspiração inicial, de ‘Macbeth’, com toda a sua potência, algo que provocou muitas reflexões. Uma singularidade dessa dramaturgia é que não queríamos metáforas. Criamos uma estrutura de retorno à situação limite da trama: a invasão de um hospital que resulta na morte de alguém. Esse acontecimento se repete mais duas vezes e nos ajuda, assim, a entender a trajetória de cada personagem", destaca Maurício Arruda Mendonça.

“A estrutura da peça propõe uma sucessão de reinícios, com diferentes personagens adquirindo protagonismo a cada vez que a história é contada. O personagem central é esse “dia” onde cada um deles tem que se posicionar sobre o mundo e a época em que vivem. Como permanecer limpo num mundo onde tudo pode ser relativizado, ou quando a vida muda radicalmente num estalo?”, comenta Moraes. Em uma das partes da história, Patrícia Selonk é Samantha, uma juíza criminal tentando distinguir o que é correto no meio de uma situação traiçoeira, e Ricardo Martins é Arthur, um talentoso cirurgião com moral bastante flexível. São eles que tratam dos caminhos percorridos da juventude à idade adulta, dos sonhos às decisões práticas do cotidiano, da dúvida e do sofrimento na dúvida. Na parte final, Sofia (garota de programa às voltas com o pai doente, interpretada por Lisa Eiras) e Samir (velho palhaço convivendo com o Mal de Alzheirmer, interpretado por Marcos Martins) trazem ao jogo algo mais poético, um questionamento do peso e da medida das coisas.

Além dos atores, está em cena o diretor musical Ricco Viana executando ao vivo a trilha original do espetáculo, que tem iluminação de Maneco Quinderé, figurinos de Rita Murtinho e cenários concebidos por Paulo de Moraes em parceria com Carla Berri.

Em 2013, a Armazém Companhia de Teatro integrou o Festival de Edimburgo, na Escócia – quando também conquistou o First Fringe Award (por “A Marca da Água”), um dos principais prêmios daquele que é considerado o maior festival de teatro do mundo.

O Armazém Companhia de Teatro é patrocinado pela Petrobras há 14 anos.

Breve histórico - A Companhia nasceu em Londrina (PR) e se instalou no Rio em 1998, fazendo espetáculos históricos, como Toda Nudez será Castigada, Inveja dos Anjos e Alice através do Espelho. Entre Mambembe, Shell, Cultura Inglesa, só para citar alguns, mais de 20 prêmios nacionais foram conquistados pelo Armazém Companhia de Teatro ao longo de sua trajetória. Sediado num galpão na Fundição Progresso, o Armazém ampliou seu território de linguagem com cenários surpreendentes em constante diálogo com a dramaturgia (na maior parte do tempo original) dando ênfase à arte do ator, na pesquisa do espaço cênico, na dramaturgia, na teatralidade pura e produziu espetáculos marcantes. Ancorando 27 anos de muito trabalho, o Projeto Memória surgiu como uma pequena contribuição da companhia à preservação da memória teatral do país; e que já lançou a versão em DVD de quatro espetáculos do Armazém (Da Arte de Subir em Telhados, Pessoas Invisíveis, Alice Através do Espelho, Inveja dos Anjos e Antes da Coisa Toda Começar), além dos livros Para Ver com Olhos Livres, Espirais, Inveja dos Anjos e Antes da Coisa Toda Começar.

Ficha Técnica
Direção :: Paulo de Moraes | Dramaturgia :: Maurício Arruda Mendonça e Paulo de Moraes | Elenco ::  Jopa Moraes, Lisa Eiras, Marcos Martins, Otto Jr., Patrícia Selonk e Ricardo Martins | Iluminação :: Maneco Quinderé | Cenografia :: Paulo de Moraes e Carla Berri | Figurinos :: Rita Murtinho | Direção Musical :: Ricco Viana | Cartaz: Jopa Moraes | Material Gráfico: Jopa Moraes e João Gabriel Monteiro | Produção de Vídeos :: José Luiz Jr., João Gabriel Monteiro e Ricco Viana | Assistente de Produção :: Iza Lanza | Técnico de Montagem :: Regivaldo Moraes | Produção Executiva :: Flávia Menezes | Produção: Armazém Companhia de Teatro |

Serviço:
O dia em que Sam Morreu
Local: Teatro Funarte Plínio Marcos (Via Eixo Monumental, Lote II, SDC – Brasília/DF)
Dias: 3 e 4 de outubro (sexta e sábado), às 21h, e 5 de outubro (domingo), às 20h.
Ingressos: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia, para clientes do Cartão Petrobras, estudantes e pessoas maiores de 60 anos, para compra de até dois ingressos).
Classificação indicativa: 14 anos
Duração: 90 min.
Lotação: 517 lugares.
Informações: 61 3322.2076

==> Foto: João Gabriel

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