O clássico que iniciou a terceira passagem de Robinho pelo Santos será
lembrado pelo gol de cabeça de um zagueiro. Gil, aos 39 do segundo
tempo, foi o responsável pelo Corinthians ter “carimbado” a estreia do
ídolo santista e garantido a vitória por 1 a 0 neste domingo, na Vila
Belmiro. Robinho não estava em campo na hora do gol, mas as estatísticas
vão apontar sua primeira derrota para o rival na carreira. Antes, eram
oito vitórias e um empate em nove jogos. Com um a mais durante todo o
segundo tempo, o Timão levou sustos, mas fez o gol no fim.
O resultado leva o Corinthians aos 27 pontos na tabela, a três do
Cruzeiro, embolando a briga pela liderança do Campeonato Brasileiro. Gil
fez apenas seu terceiro gol pelo Timão, de cabeça, após cobrança de
escanteio de Renato Augusto. Mano Menezes ainda tem trabalho para
acertar o ataque, mas a vitória lhe dá um alento e tranquilidade para
trabalhar.
O Santos ficou nos 20 pontos, mas agora tem esperanças renovadas com
Robinho. O atacante foi ovacionado em sua reestreia e correspondeu em
campo, com dribles, chutes a gol e uma confiança que pode ser
transmitida aos mais jovens do elenco. A expulsão de Alison, no fim do
primeiro tempo, prejudicou a equipe no restante do jogo.
Na próxima rodada, o Corinthians recebe o Bahia no sábado, às 21h
(horário de Brasília), na Arena. O Santos enfrenta o Cruzeiro, domingo,
às 16h, no Mineirão.
Muitos cartões, pouca bola
O último lance do primeiro tempo ilustra a bagunça dos 45 minutos
iniciais do clássico. Alison é expulso por falta em Elias, sai chorando
de forma descontrolada, retarda a cobrança da falta. Antes de um
corintiano tocar a bola, o árbitro Raphael Claus apita o fim do jogo.
Tudo errado. Seis cartões amarelos, um vermelho, 30 minutos de bola
parada, e pouquíssimo futebol. O Santos, um pouco melhor, foi quem mais
buscou a vitória.
A volta de Robinho foi o combustível para a Vila Belmiro se tornar o
caldeirão de sempre. Um drible dele em Jadson no primeiro minuto só fez
incendiar ainda mais o ambiente. Leandro Damião e Lucas Lima também
estavam ligados, e parecia que o Peixe viria com uma blitz para cima do
rival. Pura ilusão.
Robinho, claro, vai precisar de mais jogos para se adaptar ao esquema
proposto por Oswaldo de Oliveira. Isso porque confundiu posicionamento
com Thiago Ribeiro em algumas jogadas, em outras pediu bola e não foi
atendido... Coisas que só o entrosamento vai resolver. As pedaladas e
jogadas de efeito, porém, foram suficientes para o santista sorrir.
O Corinthians foi consciente. Fez aquilo que Mano Menezes tem proposto
nas partidas fora de casa: um time compacto, tentando adiantar a
marcação e roubar a bola no campo de ataque. O problema é que Jadson
esteve apagado, e Romero e Guerrero se sentiram isolados.
De futebol, foi só. De resto, muitos corintianos e santistas
irritadiços, predispostos a arrumar algum tipo de confusão. Gil acertou
Cicinho, que discutiu com Petros, que ficou na bronca com Robinho...
Raphael Claus tentou arrumar a casa com cartões. Acabou contribuindo
para um jogo ainda mais amarrado. E expulsou Alison no lance derradeiro
da primeira etapa.
Robinho tenta, mas Gil resolve
Com um jogador a mais, era de se esperar um Corinthians ofensivo no
segundo tempo. O time até tentou, trocou passes, rodou a bola e teve
paciência. Só faltou a imaginação que vem rareando nas últimas partidas –
nem a entrada de Renato Augusto fez a equipe ter jogadas mais
profundas. No único lance bem trabalhado, Ferrugem driblou dois e
encontrou Elias sozinho na área. Aranha fez grande defesa.
O Santos não se sentiu intimidado com a desvantagem numérica. Robinho,
parado e sem a bola, já segurava dois marcadores corintianos. Com a
bola, fez o que quis pelo lado esquerdo, com espaço impressionante para
uma equipe que tinha um jogador a mais. Ele fez de tudo: driblou, chutou
a gol, serviu Leandro Damião... Mesmo sem gol no placar, o ídolo saiu
aplaudido quando foi substituído por Geuvânio.
O 0 a 0 seria o retrato mais perfeito de um jogo de lampejos. Mas o
Timão, mesmo sem ser brilhante, conseguiu quebrar a monotonia da partida
aos 39. Ferrugem, que entrou muito bem no jogo, exigiu grande defesa de
Aranha em chute cruzado de fora da área. Na cobrança de escanteio, Gil
subiu livre e garantiu os três pontos.
==> Fonte: Globoesporte
==> Foto: Marcos Ribolli
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