Em jogos emocionantes, Brasil se garante nas finais do Mundial de Handebol de Areia

Recife (PE) - Foi com doses exageradas de emoção que as Seleções Feminina e Masculina do Brasil se garantiram nas finais do VI Mundial de Handebol de Areia, disputado na Praia do Pina, em Recife (PE), após vencer Noruega e Qatar, respectivamente. Neste domingo (27), as meninas entram em quadra às 13h para encarar a Hungria, que derrotou a Ucrânia por 2 sets a 0 na outra semi. Já os homens, às 14h, decidirão com a Croácia, que ganhou da Dinamarca por 2 a 1, neste sábado (25).

A Seleção Feminina, que não havia perdido um set sequer, encarou a Noruega e sofreu um apagão no primeiro set. O sempre eficiente ataque brasileiro não conseguiu acertar a mão. Foram vários ataques desperdiçados diante de um adversário que ganhava mais confiança a cada erro do Brasil. No final, 17 a 14 para as oponentes.

O intervalo para o segundo set foi o tempo necessário para a técnica Rossana Marques arrumar a casa. Com os nervos no lugar e foco total na partida, o time brasileiro deu um passeio nas húngaras, com boas atuações de Camila Souza e Milena Braga. Ambas exploraram bem o lado direito da defesa adversária e ajudaram a deslanchar no placar: 22 a 8.

A decisão foi para o shoot out. As brasileiras mantiveram o equilíbrio e foram convertendo as suas cobranças. A última, quando o placar estava 8 a 8, foi do Brasil. Bastava o gol de um ponto para definir a vaga na final, mas o arremesso de Cíntia Pires, por cobertura, esbarrou no travessão.

Começou então a série alternada. Depois de cinco cobranças convertidas do Brasil, a Noruega errou o arremesso de dois pontos, marcando apenas um, graças a marcação cerrada de Renata Santiago, que substituiu a goleira Jerusa Dias no shoot out: 18 a 17. A festa tomou conta das brasileiras dentro e fora da quadra.

"Estou muito emocionada. Essas meninas foram muito guerreiras", destacou a técnica Rossana Marques, com os olhos marejando. "Tivemos muita dificuldade no primeiro set. Nossas bolas não entravam, foram várias na trave. Para o segundo, pedi para que o jogo fosse todo em cima de Camila, na esquerda. O caminho era por ali. E deu certo", explicou.

Emocionadas também estavam as atletas na saída da arena. "Mais emoção do que isso, impossível", exclamou Milena Braga.

Com um sorriso no rosto e a nítida sensação de alívio, Patrícia Scheppa falou sobre o momento mais complicado do time brasileiro na partida. "Esse é o tipo de jogo que quando se erra dois ou três ataques fica complicado buscar a diferença. O time delas se aproveitou dos nossos erros", analisou.

Sobre a final, Scheppa garantiu que o Brasil está pronto para ganhar mais um título. "Trabalhamos muito e nos preparamos para superar todas as situações". O jogo contra a Noruega que o diga.

A partida do masculino não ficou muito atrás no quesito adrenalina e a expectativa era essa mesmo. Na fase anterior, o jogo com o Qatar foi complicadíssimo, só decidido no shoot out. Mas o jogo deste sábado (26) desmentiu, no primeiro set, essa expectativa. Muito bem em quadra, o Brasil abriu uma vantagem de quatro pontos e a administrou por quase todos os dez minutos. No final, 25 a 20.

No segundo set a situação se inverteu. Os brasileiros erraram alguns ataques e foram os árabes quem abriram quatro pontos de vantagem, mantida assim até o nono minuto, quando o time de Antônio Guerra Peixe reduziu para dois. Quando faltavam cinco segundos para terminar o set, Guerra pediu tempo. No placar, 22 a 20 para o Qatar. Os cinco segundo foram trabalhados magistralmente pelos brasileiros, que culminou no arremesso decisivo de Naílson Amaral: 22 a 22. O jogo foi o ‘gol de ouro’ e, mais uma vez, o time brasileiro venceu na eficiência marcando 23 a 22.

"Nosso time mostrou muita maturidade no momento mais decisivo da partida e, por isso, chegamos fortes para decidir o título", apostou o técnico do Brasil. Segundo ele, não foi a equipe que caiu de rendimento no segundo set, mas o Qatar que conseguiu encaixar melhor o seu jogo. "Eles têm um time muito forte e se preparam bastante para esse Mundial", completou.

As dificuldades, para Naílson Amaral, eram de se esperar. "Eles conhecem bastante os nossos jogadores, mas nós também estudamos bastante o jogo deles e conseguimos neutralizar a maioria das jogadas", explicou.

Ainda sem saber quem seria o adversário do Brasil na final, Naílson não quis falar sobre preferência, mas deu um recado que serve de indicativo sobre como a Seleção da casa vai entrar em quadra neste domingo (27). "Final é final, é sempre um jogo imprevisível. Agora, uma coisa eu sei: quem quer que seja o nosso adversário, ninguém vai entrar com mais vontade que a gente".

Após a semifinal, estão sendo realizados os confrontos para definir posições.

Confira os resultados e a programação dos jogos nos links:

Masculino: http://www.ihf.info/IHFCompetitions/BeachHandball/VIBEACHHANDBALLWORLDCHAMPIONSHIPSMen/FixturesandResults/tabid/6861/Default.aspx

Feminino: http://www.ihf.info/IHFCompetitions/BeachHandball/VIBEACHHANDBALLWORLDCHAMPIONSHIPSWomen/FixturesandResults/tabid/6931/Default.aspx

==> Foto: Anderson Stevens / Photo&Grafia

0 comments:

Postar um comentário