Consolidado
como o maior festival de mulheres negras da América Latina o Latinidades, desde 2008, dá visibilidade ao Dia
da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha – 25 de julho –, fazendo convergir,
num mesmo espaço e ao longo de seis dias, atividades culturais e formativas. Nesta
7ª Edição, músicos, poetas, estilista, oficineiros e atrizes oferecem extensa
programação gratuita e aberta ao público dentro e fora do Museu da República. Nos
primeiros dias do Festival, de 23 a 25, uma série de painéis debatem temas em
prol da promoção da igualdade racial e enfrentamento ao racismo e sexismo.
A programação cultural do Latinidades tem início na tarde do dia 25 de julho, com o
lançamento de seis livros de autores brasileiros e estrangeiros, a partir das
17h. Às 21h, um grande encontro entre Saraus reunirá poetisas e poetas de
vários grupos afro-brasileiros e também de outros países. Estão confirmados os
saraus Afro Mix / Quilombhoje (SP); Apafunk (RJ); Bem Black
/ Blackitude (BA); Cooperifa (SP); Kambinda (SP); Super Nova (DF); e Sopapo
Poético (RS).
A estética e a arte negra tem seu espaço de destaque no dia 26. Das 11h
às 21h, expositores de todo o Brasil participam da Freira Preta, um grande
encontro para divulgação e venda de arte afro, guiada, desde 2009,
pela visão de tornar o mercado afro um novo modelo econômico de
desenvolvimento. Entre às 14h e às 19h, a poética da beleza negra
entra em pauta com a realização de oficinas de penteado Black Power, das cariocas Sinara Rúbia e Ludmilla Almeida, e de Turbante, ministrada por Nina
Silva e pela colombiana Marlene Tello. Ao final, Sinara Rúbia e Ludmilla
Almeida dão um show com a oficina Vivências do Balé.
No início da noite, às 19h, a estilista Mônica
Anjos presta sua homenagem aos 40 anos do Bloco Afro Ilê Aiyê, desfilando no
palco do Latinidades sua coleção que
traz a exuberância da combinação entre as cores vermelha, amarela, preta e
branca, em reverência ao Ilê Aiyê, responsável pela afirmação da identidade e
da elevação da autoestima do povo negro soteropolitano. Os modelos de Anjos
expõem a estética na blackitude baiana em cabelos trançados ou com turbantes e tecidos
estampados com caimento e ajuste perfeitos ao corpo.
Nas
noites dos dias 26 e 27, o Festival ocupa a Praça do Complexo Cultural da
República, numa área para mais de 15 mil pessoas, com a realização de grandes
shows. A programação privilegia artistas engajados em formar plateia para a
música preta, sem distinção de vertente, porém, que prezam pela qualidade e por
estilos marcantes. Músicos, interpretes e compositores vindos dos Estados
Unidos, Ilha de Guadalupe, São Paulo, Rio de Janeiro, Haiti, Pernambuco e,
claro, de Brasília.
Entre
os convidados para brindar a plateia com shows solo, subirão ao palco, no
sábado, Elza Soares, Vox Sambou, Malika Tirolien, Lei di Dai e DJ Donna. No domingo,
o Latinidades apresenta Mart’nália,
Naná Vasconcelos, Bongar e Dona Martinha do Coco. Verdadeiras excelências da
música nacional e internacional que irão mostrar, ao longo de 13 horas, a black music nas batidas e levadas do
samba, jazz, soul, funk, bossa-nova, coco e muito mais.
Nas
duas noites de shows, o Latinidades
convidou artistas, que são destaque no Brasil e no mundo, em projetos e
encontros que serão um verdadeiro presente aos que forem à Praça do
Museu da República. No sábado, por volta da meia noite, uma fina homenagem ao
Buena Vista Social Club com Ibrahin Ferrer Jr. e participação de Marina de La
Riva. Na sequência, um elegante show de Jazz nas vozes femininas de Ellen
Oléria, Marabeau Jazz, Indiana Nomma e Alissa Sanders. Na noite de domingo, Hamilton
de Holanda e Diogo Nogueira apresentam o projeto Bossa Negra, com início às
20h, logo depois Cris Pereira, com participação de Fabiana Cozza, presta uma homenagem
à escritora Maria Carolina de Jesus.
A
cada edição do Latinidades, as
atividades de formação, palestras, debates e mesas redondas, giram em torno de
um tema central. O tema escolhido e que vai reger todas as atividades desta 7ª edição
é “Griôs
da Diáspora Negra”.
19 Debatedores e palestrantes convidados, de esferas Civis e Governamentais,
vindos de vários Estados brasileiros e também do exterior, irão apresentar uma
série de sete conferências e debates, para discutir e propor políticas públicas
para a valorização de griôs* e a preservação
da tradição oral, especificamente as transmitidas, de geração para geração, por
mestras negras, que atuam nos diversos campos e linguagens.
*Griô é um abrasileiramento do termo Griot, que define o universo da tradição oral africana. É uma
corruptela de “Creole”, ou seja, Crioulo - a língua geral dos negros
na diáspora africana.
“O objetivo desta edição é discutir e
trabalhar pelo fortalecimento da imagem das mulheres negras, detentoras de
saberes indispensáveis à construção de uma sociedade livre de desigualdades de
raça, gênero/sexualidade, classe, geracional, territorial etc”, diz Jaqueline Fernandes, idealizadora e
coordenadora Festival, e sintetiza: “É uma edição sobre herança, tradição e
ancestralidade”.
Este ano, entre 23 e 26 de julho,
sempre com início às 10h da manhã, a 7ª
Edição do Latinidades realiza ações de formação e fomento de políticas
públicas, que incluem debates, conferências e oficinas, exibição de filme,
lançamentos literários, Saraus e performance. As atividades reúnem num mesmo
espaço, o Auditório Principal do Museu da República – com capacidade para 780
pessoas –, personalidades que são referência, no Brasil e no Mundo, e vozes
ativistas no enfrentamento a
desafios e em prol de políticas das mulheres negras.
Abrindo a programação do Festival,
no dia 23 às 10h, quatro vozes da diáspora negra, Inaldete Pinheiro (PE), Nina Silva (RJ),
Sulia Maribel Caicedo (Equador), e Shirley Campbell Barr (Costa Rica), lançam
livros de suas autorias e conversam sobre literatura negra. No mesmo dia, às
15h, as atrizes Vera Lopes e Pâmela
Amaro, com direção de Jessé Oliveira (RS), apresentam a performance Quadros. Fechando o dia, às 16h, as
escritoras Ana Maria Gonçalves (BA), e Paulina Chiziane (Moçambique) apresentam
a Conferência de Abertura – Diálogos Afro-Atlânticos.
O segundo dia tem programação
extensa, começando com o painel “Sabedoria ancestral: memória, política e
sustentabilidade”, às 10h, com a presença de representantes do Iphan e Fundação
Palmares, Célia Maria Corsino (RJ), e Martha
Rosa Queirós (PE), respectivamente, e também da educadora e escritora Heloísa
Pires Lima. Às 14h acontece a oficina “História
da Princesa Alafiá”, para o público infanto-juvenil. Uma Engenheira florestal,
um turismólogo e uma atriz brasileiros e ainda a ativista equatoriana Inés
Morales conversam sobre o racismo e meio ambiente no painel “Territórios Negros: fontes de sabedoria
ancestral”, com início às 15h. Às 18h30, os presentes conferem à exibição do
curta “O Dia de Jerusa”, de Viviane Ferreira.
Ainda no dia 24, acontece pela
primeira vez no Brasil, a conferência da socióloga norte-americana Patricia Hill Collins.
Autora de vários livros, a
intelectual-ativista irá dialogar sobre os desafios da ação política das mulheres
negras. Patricia vai discorrer sobre sociedades organizadas em sistemas de
poder que articulam raça, gênero, sexualidade, classe, nacionalidade,
argumentando que nesse cenário de desigualdades, as mulheres negras aparecem
entre os mais vulnerabilizados.
Para
o dia 25, o Latinidades reservou uma
programação voltada para a saúde, religiosidade e cultura que se inicia às
9h30, com lavagem simbólica da área externa do Museu da República, convidando
religiosos de matriz africana. Ainda pela manhã, a partir das 10h, acontece um
painel com a sofisticada presença de uma psicóloga, uma benzedeira/ curandeira
e um estudioso das religiões afro-brasileiras, pessoas com conhecimento
ancestral que desempenham papel valioso na promoção da saúde no cotidiano, em especial
em comunidades populares do país. À tarde haverá a conferência da senhora
Jurema Werneck, médica e doutora em Comunicação e Cultura, também coordenadora
da ONG Criola. Uma ativista carioca
que instrumentaliza mulheres de todas as idades para o enfrentamento do
racismo, sexismo e lesbofobia.
A
Conferência Especial do dia estará na voz de luta contra o racismo no mundo de Angela Davis. Filósofa, escritora,
professora e ativista negra, Angela
Davis é uma das maiores referências dos Panteras Negras e das lutas contra o
racismo. Está entre as ativistas políticas mais importantes dos Estados Unidos.
Dona do black power mais famoso do mundo, estampado em camisas, músicas, bottons
e corações que pulsam pela luta anti-racista, Angela segue ainda hoje sendo uma
grande ativista e atua com veemência na luta contra a escravidão e o racismo no
sistema prisional. Sem dúvida, um dos momentos mais esperados desta edição.
O 7º Latinidades se despede no dia 28, segunda-feira, com um grande
almoço de confraternização e o plantio de Baobás, ainda em local a ser
definido, com a orientação do turismólogo e especialista nesta espécie de
árvore, Fernando Batista. Os pés de Baobás serão cuidados, regados e
monitorados contra pragas pela produção do Festival ao longo dos seus quatro
primeiros anos de vida. Depois, irão compor o paisagismo de Brasília, a Cidade
Parque.
SERVIÇO:
Programação formativa
Local:
Auditório principal do Museu Nacional da República.
Capacidade:
780 pessoas
Programação musical
Local: Área externa do Museu
Nacional da República
Capacidade: 15 mil
pessoas.
Todas as ações e atividades do
Festival são gratuitas: para mais informações, acesse: http://afrolatinas.com.br/
23 de julho –
Quarta-feira
9h30 –
Abertura: Saudação à ancestralidade
10h – Letras e Vozes da Diáspora
Negra
Inaldete Pinheiro (PE) – Literatura negra
infanto-juvenil
Nina Silva (RJ) – Literatura feminina negra e
erotismo
Shirley Campbell Barr (Costa Rica) – Literatura
feminina negra em Costa Rica e na Diáspora
Sulia Maribel Caicedo (Equador) – literatura
afro-equatoriana
Mediação: Raíssa Gomes
15h – Performance Quadros,
em comemoração ao Centenário de Carolina Maria de Jesus
Atrizes: Vera Lopes e Pâmela Amaro, Direção: Jessé
Oliveira (RS)
16h − Conferência de Abertura –
Diálogos Afro-Atlânticos
Ana Maria Gonçalves (escritora, MG/BA) − À força e a
fórceps: Mulher negra
Paulina Chiziane (escritora, Moçambique) – A
identidade africana e as religiões mundiais
Mediação: Ana Flávia Magalhães Pinto.
24 de julho –
quinta-feira
10h − Sabedoria ancestral: memória,
política e sustentabilidade
Célia Maria Corsino (RJ/DF) – Diretora do Departamento de Patrimônio
Imaterial do IPHAN
Heloisa Pires Lima (RS/SP) – Educadora, escritora e editora
Martha Rosa Queirós (PE/DF) – Chefe de Gabinete da Fundação Cultural
Palmares
Mediação: Dalila Negreiros
14h − Oficina infanto-juvenil História da
Princesa Alafiá (Projeto Ton Ogbon)
Sinara Rúbia e Ludmilla Almeida (RJ)
15h − Territórios Negros: fontes de
sabedoria ancestral
Ângela Gomes (MG) – Engenheira Florestal e ativista do MNU-MG
Débora Marçal (SP) − Capulanas − Cia de Arte Negra, de São Paulo
Fernando Batista (PE) – Turismólogo, especialista em Baobás
Inés Morales (Equador) – Movimiento de Mujeres Negras de la Frontera de
Esmeraldas (MOMUNE)
Mediação: Paula Balduino
18h30 − Exibição do curta-metragem O Dia
de Jerusa, de Viviane Ferreira (BA/SP)
19h – Conferência – Nós que acreditamos na
liberdade não podemos descansar: lições do feminismo negro
Patrícia Hill Collins
Mediação: Ana Cláudia Pereira
25 de julho –
sexta-feira
9h30 – Benção das águas – Lavagem simbólica com religiosas/os
de matriz africana
10h − Griôs da Saúde Integral
Adriana de Holanda – Psicóloga, Rede Independente Educação Griô, Grupo
Semente de Jurema
Iradilva Miranda Dantas (PA) − benzedeira/curandeira e membro da Malungu
− Coordenação Estadual das Associações das Comunidades Remanescentes de
Quilombo do Pará
José Marmo da Silva(RJ) − coordenador da Rede Nacional de Religiões
Afro-Brasileiras e Saúde (Renafro)
Mediação: Sabrina Faria
14h30 – Conferência − Legados das Ialodês:
samba e resistência feminina negra
Jurema Werneck
Mediação: Christen Smith
16h30 – Panfletaço “Marcha Nacional das
Mulheres Negras 2015”
17h − Lançamento de livros
Coletânea Poética, obra coletiva da Ogum’s Toques Negros
InCorPoros − nuances de libido, de Nina Silva e
Akins Kintê
Pretextos de Mulheres Negras, obra coletiva
organizada por Elizandra Souza e Carmen Faustino
Revista Afirmativa, um
projeto dos Estudantes de Jornalismo da UFRB
Só por hoje vou
deixar o meu cabelo em paz, de Cristiane Sobral
Versos de la
Diaspora/Verses from the Diaspora, de Tony Polanco-Bethancourt (Panamá/EUA)
19h – Conferência − Feminismo negro e lutas
mundiais por equidade
Angela Davis
Mediação: Chaia Dechen
21h − Encontro de Saraus Negros no Festival
Latinidades
Apresentação: Cristiane Sobral (DF)
Sarau Afro Mix / Quilombhoje (SP)
Sarau Apafunk (RJ)
Sarau Bem Black / Blackitude (BA)
Sarau da Cooperifa (SP)
Sarau da Kambinda (SP)
Sarau Super Nova (DF)
Sarauê (DF)
Sopapo Poético (RS)
Participação de poetisas e poetas da Diáspora Africana
26 de julho – sábado
11h-21h − Feira Preta Latinidades
14h – Oficina Vivências do Balé, com Sinara
Rúbia e Ludmilla Almeida (RJ)
16h − Oficina do Coletivo Meninas Black
Power (estética e beleza negras), com Élida Aquino e Fabíola Oliveira (RJ)
17h30 – Oficina Turbantes e poéticas da
beleza negra, com Nina Silva (RJ) e Marlene Tello (Colômbia)
19h − Desfile: Coleção Mônica Anjos em
Homenagem aos 40 anos dos Blocos Afros
19h30-2h
– Show musicais
Lei
di Dai (SP)
Dj
Donna (DF)
Malika
Tirolien (Guadalupe)
Elza
Soares (RJ)
Voz
Sambou (Haiti)
Homenagem
ao Buena Vista Social Club com Ibrahin Ferrer Jr part. Marina de La Riva
Divas
do Jazz (Ellen Oléria, Marabeau Jazz, Indiana Nomma e Alisa Sanders)
27 de julho – domingo
11h-21h − Feira Preta Latinidades
16h Roda de Capoeira Angola com Mestra
Janja e Contramestra Cristina
18h-0h – Show musicais
Dona Martinha do Coco (DF)
Bongar (PE)
Bossa Negra – Hamilton de Holanda + Diogo
Nogueira (DF/RJ)
Cris Pereira com participação de Fabiana
Cozza em Canções para Carolina (homenagem à escritora Carolina Maria de Jesus)
Naná Vasconcellos (PE)
Martnália (RJ)
28 de julho –
segunda-feira
Das 10h às 17h
Roda de Conversa, Almoço coletivo e plantio
de mudas de Baobás, com Fernando Batista (PE).
FICHA TÉCNICA
Coordenação Geral e
de comunicação: Jaqueline
Fernandes
Identidade
visual
Coordenação de comunicação visual e
audiovisual: Chaia Dechen
Coordenação de
Atividades Formativas: Ana Flávia Magalhães Pinto
Assessoria da Coordenação: Débora Carvalho
Produção Artística: Alê Capone
Produção Técnica: Eli Moura
Produção Formativa: Marcela Coelho
Produção Logística: HANDHS Tecnologia, Produções,
Turismo e Logística Integrada
Receptivo: Uila Gabriela
Produção de Montagem
e desmontagem – Marcelo
Moita Arquidesigner
Produção Backstage: Fernanda Picorelli
RH e camarins: Silvia Letícia
Produtor de
Credenciamento/Coordenação de Segurança: Paulão Silva
Direção de palco: Renato Nunes
Assessoria de
Imprensa: Rodrigo
Machado
Fotografia: Tatiana Reis
Filmagem: Acervo Cultne
Tradutoras e
acompanhamento de palestrantes internacionais
Patrícia Hill Collins
–
Ana Claudia
Angela Davis – Aline Maya
Cenografia: George Pedro e Renato
Aurélio Ventura
Produção Backstage: Fernanda Picorelli
RH e camarins: Silvia Letícia
Produtor de
Credenciamento/Coordenação de Segurança: Paulão Silva
Direção de palco: Renato Nunes
Apresentadora: Marta Carvalho
Coordenação de
Acessibilidade:
Bárbara Barbosa (Babi)
==> Foto: Beto Figueiroa
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