Exposição - CARAMETADE, de Roger Regner.

Com curadoria de Ana Virginia Queiroz, o artista plástico Roger Regner apresenta, a partir do dia 23 de outubro, terça-feira, a instalação de interferência CARAMETADE. Composta por 14 painéis, que ao longo de dois meses, ficarão expostos no espaço entre colunas do ICC Norte da UnB.

CARAMETADE apresenta personalidades emblemáticas das Américas e África que permeiam o imaginário coletivo numa intervenção desmistificadora.  Roger Regner escolhe reconhecidos ícones que possuem uma expressiva carga simbólica para elaborar a fusão dos rostos/caras das personalidades.

O artista  compõe, a partir da fusão desses referenciais antológicos, uma espécie de terceira personalidade,  personagens são  recriados e renomeados não somente na imagem como nas identificações  que se revelam mescladas.

Intencionalmente, Roger desenha outras lateralidades dos ícones. Oposições e similitudes são evocadas numa operação estética e irônica que rompe significados e representações oficiais.
Através da  “des-identificação” dos arquétipos, ele convida  o expectador a desenvolver um novo reconhecimento que vai além das simplificações estabelecidas.

A obra montada nas colunas do minhocão  ganha força e alta temperatura inventiva na medida que interfere na arquitetura do prédio, estabelecendo um estreito diálogo com o público.
Ana  Queiroz, Curadora


A abertura oficial da exposição será no dia 23/10, às 18h, na Ala Norte do Minhocão da UnB.

Em Brasília, Roger Regner é representado pela Referência Galeria.
Mais informações sobre os trabalhos do artistas no site - www.underconstruction.bz

Contatos:
Roger Regner - 8126 5265
Ana Queiroz (Curadora) - 8165 5550


Roger Regner - 1968 - Goiânia-GO.
Vive e trabalha em Brasília e Nova York.

A obra de Roger Regner revela uma combinação de inspirações e técnicas que lembra, não tanto no resultado final, mas na sua essência, o "melting pot" Nova-iorquino, a grande mistura de pessoas naquela cidade, elemento que sempre o atraiu. Inspirado, nas artes visuais, por Gustav Klimt, Marcel Duchamp, Louise Bourgeois, Bispo do Rosario, Henri Cartier-Bresson, Keith Haring, Maurizio Cattelan e Sebastião Salgado, Roger criou uma linguagem muito peculiar e sutil, tanto no conceito, quanto na estética, porém, a música, essa forma artística invisível, é a sua maior inspiração.

“Meu trabalho é, predominantemente, fruto de um desafio utópico, impulsionado pelo desejo de traduzir e materializar o que é etéreo. Tento reproduzir ondas sonoras, o caminho percorrido pelo vento, ou sensações como a de uma ansiedade prazerosa. Interesso-me por universos que possam existir além da matéria; procuro torná-los palpáveis. Por se tratar de uma tarefa irrealizável, eu batizei esse esforço de em construção, já que tal pesquisa será sempre permeada por tentativas e buscas infindáveis. Desconstruo imagens figurativas a fim de torná-las abstratas; em contrapartida, a partir de formas abstratas construo desenhos figurativos. A fusão desses dois processos gera a alquimia que pretendo refletir na obra. Contudo, a música é meu clichê inspirador maior. Gostaria de pintar a alma de Nina Simone, as canções de Chico Buarque, uma sonata de Brahms ou as muitas nuances harmônicas percebidas em composições de bandas como Queen e Siouxsie and the Banshees.”

“Outro interesse intenso, mesmo que infrequente, rege minhas criações: a condição humana. Esse interesse é expresso por meio de instalações que tendem a ser motivadas por temas sociais e/ou políticos. Nesse caso, a orientação dessas mensagens, pelo menos conceitualmente, é raramente nutrida dentro de um espaço poético... ela nasce principalmente no domínio filosófico.”

Autodidata, Roger, a partir de 1994, fixa residência em Nova York, onde age experimentalmente em vários setores das artes visuais. Seu embasamento nesse campo vem de outras formas de expressão artística, como a música e as artes cênicas. Nos anos 80 teve passagem contundente por essas áreas, estudando canto com o mestre Francisco Frias, na Escola de Música de Brasília e participando do Coro de Opera do Teatro Nacional, sob a regência de Silvio Barbato. Trocou o erudito pela cena eclética de rock que acontecia em Brasília naquele momento, formando ou juntando-se a algumas bandas locais, como Arena e Intersemiotica.

No teatro, fez parte do grupo do Diretor Dimer Monteiro, na UNB, como ator, cenógrafo e, juntamente com o músico Daniel Baker, compositor; além de, na área de interpretação, participar de oficinas, com Hugo Rodas. Posteriormente, no início dos anos 90, trabalhou com o diretor de teatro Robson Graia.

Contudo, muito antes dessas ocorrências, na década de 70, o prenúncio do que viria a constituir a sua forma de expressão mais marcante, já oferecia pistas. Com apenas 8 anos de idade, apossou-se da máquina fotográfica de seu pai. A velha câmera alemã oriental Praktica, com a qual aprendeu a fotografar praticamente sozinho, é utilizada por Roger, ainda nos dias de hoje. 

Influenciado pelas formas esculturais e pelo simbolismo moderno de Brasília, além da dramaticidade da paisagem e da vegetação do cerrado, tornou-se um artista multimídia. Cresceu junto com a nova Capital, vivenciou seu desenvolvimento, e, em meio aos espaços insólitos e frios da mesma, aprendeu a criar, confortando-se em seus próprios desenhos.

Sua grande curiosidade com relação a outras culturas, motiva-o a traçar, em 1989, uma rota de fotógrafo independente, registrando, desde a Espanha, nos 7 anos seguintes, outros países europeus, México, Japão, Canadá, América Central, Tailândia, Cingapura, Malásia, e, finalmente, Estados Unidos, onde fixou residência. Decorridos quase 20 anos de viagens, em 2005 inicia a execução do projeto de vida e obra, intitulado Under Construction. Daí integra mostra coletiva, em 2006, na Galeria Potrich, em sua cidade natal, Goiânia. Desde então, vivendo e trabalhando entre o Brasil e os Estados Unidos, e dedicando-se exclusivamente à criação, Roger produziu e apresentou substancial variedade de trabalhos que unem, ora o desenho e a pintura, ora estes, com a fotografia, e incorporando essas fusões a objetos, peças esculturais, tapeçaria, instalações, vídeo, entre outros. Nesse contexto, com uma técnica particular e pouco ortodoxa, produz trabalhos isentos de regras preconcebidas. Seu interesse por outras expressões artísticas resultou em trabalhos com artistas de performance, com diretores de teatro e cinema, e com designers, como Regis Duarte. 

Roger foi um dos fotógrafos do documentário Community Actvism and the Downtown Scene de Cristiane Bouger (seleção oficial do festival Movement Research 2008, em Nova York, e In-Presentable 2008, em Madrid, na Espanha). Sua câmera captou momentos e entrevistas do coreógrafo Dean Moss, Guerilla Girls on Tour e da icônica fundadora do La Mamma Theater, Ellen Stewart. Fotografou (vídeo e digital), no CBGB's, Sensuality in (and) America, também de Bouger, e sua vídeo-performance no Dixon Place, Walk East: Erotic Poems, de Norma Kluster. Três de suas fotografias, integrantes da preparação do curta/performance de Bouger, Closer (seleção oficial do Festival Fringe Programme 2008, África do Sul e Cinemas Different 2008, Paris), foram postadas na edição no 8 da revista eletrônica de arte Ideafixa e publicadas no respectivo livro Ideafixa Greatest Hits, em 2009. 

Uma dessas fotografias foi destacada em página cultural da revista Superinteressante. Em outro trabalho com Cristiane, a video/ performanceThe Four Seasons, apresentada, em Nova York, no festival Anthology Film Archives - 2010, Roger foi um dos diretores de fotografia (video e digital). Em 2007, foi convidado a apresentar três trabalhos na exposição Art of Global WarNing, apoiada pelas instituições Amazon Coalition e Climate Project, de Al Gore, na The New Century Arts Gallery, em Chelsea, Nova York. Em 2008, passou parte do ano no Brasil, quando criou quadros para a sua primeira exposição individual TREZE, organizada por Denise Zuba, em Brasília. 

Nessa ocasião, também criou um painel de vidro, com exclusividade, para linha Carrapixo do designer Guto Indio da Costa. Nesse mesmo período, produziu, trabalho encomendado por Rubens Bontempo, visando reinterpretar fragmentos arquitetônicos da cidade histórica de Petrópolis. Iniciou 2009 com exposição no Barraco Multiespaço, em Porto Alegre, onde co-participou  o fotógrafo Thiago Coelho, e, apontado por Adelmir Santana (SEBRAE-DF e SESC-DF), fechou o ano integrando a 5a edição da mostra "Artistas Brasileiros - Pinturas", no Congresso Nacional, evento que reuniu obras de representantes de todos os estados brasileiros. 

Em 2011 começou parceria de trabalho, em Nova York, com Ryan Greene da Bonni Benrubi Gallery e com a curadora Kanae Maeda da Clear Gallery, Japão. Em junho do mesmo ano Roger assinou a direção de arte do filme de Bethania Victor sobre Ducilna de Moraes, com lançamento previsto para 2013. Em maio, realizou exposição de fotografia de performances de Cristiane Bouger, no Atelier de Productie, em Bucareste, Romenia (evento apoiado pelo Romananian Cultural Institute - New York and the Centrul National al Dansului - Bucuresti). Em agosto de 2011, abriu a individual  de pinturas "mixed-media" Natural Mathematics,  na Lon Hamaekers Gallery, do Watermill Ateliers Art Center, nos Hamptons - NY. A edição de primavera 2011 da revista The Battered Suitcase traz uma variada seleção de suas obras. No primeiro semestre de 2012, participou da coletiva MAB - Diálogos da Resistência (dialogando com obra de Abraham Palatnik), no Museu Nacional, em Brasília, bem como da mostra Ocupação, na Galeria Mascate, em Porto Alegre. 

Em outubro de 2012, participa do Festival latino-americano e africano de cultura - FLAAC, com a instalação de interferência CARAMETADE, no campus da UNB - Universidade de Brasília.

==> Foto: Divulgação

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