Aos 42 minutos do segundo tempo, quando foi substituído por Tiago Real,
o atacante Hernán Barcos, do Palmeiras, deixou o gramado da Arena da
Fonte Luminosa ovacionado. Não era para menos. Graças a seus dois gols, o
Verdão venceu o Cruzeiro, por 2 a 0, neste sábado, pela 32ª rodada do
Campeonato Brasileiro, e respira na luta para escapar do rebaixamento.
Os dois gols saíram na trave onde, antes da partida, um funcionário do
Palmeiras derramou punhados de sal grosso. Na luta contra a queda, vale
tudo.
Com 32 pontos, o time do Palestra Itália segue no Z-4, em 17º lugar,
mas diminuiu a diferença para o Bahia, primeira equipe acima da linha
vermelha, que empatou com o Corinthians, por 1 a 1, no Pacaembu, e
continua com 36.
O Cruzeiro, por sua vez, não tem muito mais o que fazer na competição.
Com 43 pontos, a Raposa está em nono lugar. Por enquanto. O time ainda
pode ser ultrapassado por Santos e Coritiba neste domingo. A equipe de
Celso Roth já pensa na próxima temporada.
O Verdão volta a campo no próximo domingo, para enfrentar o
Internacional, em Porto Alegre. A Raposa buscará a reabilitação diante
da Ponte Preta, em Campinas, na próxima quinta-feira.
Sal grosso
Sal grosso
A necessidade de vitória fez com que Palmeiras e Cruzeiro fizessem um
jogo aberto na etapa inicial. O Verdão repetiu o esquema que tinha dado
certo na vitória contra o Bahia, quarta-feira passada, com Barcos, Luan e
Betinho formando trio ofensivo. Do lado mineiro, Celso Roth apostou num
meio de campo marcador, com três volantes, deixando a armação para
Souza e Martinuccio, com Anselmo Ramon mais à frente, como referência no
ataque. Os dois times foram à frente, se aproximaram da área
adversária, mas não foram competentes na hora de finalizar as jogadas.
Por isso o 0 a 0 parcial.
A torcida do Palmeiras fazia sua parte nas arquibancadas. O estádio não
estava lotado, mas parecia um caldeirão, tamanha a participação da
galera alviverde. O time se empolgou e jogou com disposição, mas sem
ousadia. Apenas Barcos apresentava alguma lucidez, puxando
contra-ataques, armando jogadas, arriscando. Marcos Assunção atuava no
sacrifício. Sentindo dores, ele tinha muitas dificuldades. Ainda assim,
levava perigo em sua especialidade: as cobranças de falta.
Aos 16, o volante bateu na direção do goleiro Fábio, que se atrapalhou
com efeito da bola e rebateu. Barcos só não marcou porque a defesa
mineira cortou em cima da hora. Assunção também criou a única boa jogada
da equipe alviverde com bola rolando na etapa inicial. Aos 34, ele deu
bom passe para Betinho, que escorregou na hora de finalizar.
Já o Cruzeiro tinha espaços para atacar. Souza jogava solto no meio. Em
dois lances, ele chegou com a bola dominada até a entrada da área, mas
falhou no momento das finalizações. Quando conseguiu concluir as
jogadas, o time mineiro parou em Bruno. Primeiro aos 20, com Anselmo
Ramon batendo cruzado e exigindo boa intervenção do goleiro palmeirense.
Depois aos 35, novamente com Anselmo, que recebeu de Martinuccio e
chutou cruzado, rasteiro. O camisa 1 fez ótima defesa.
Embora continuasse com sérios problemas de criação na frente, o
Palmeiras voltou melhor para o segundo tempo. Com marcação mais sólida, o
time alviverde passou a atuar mais compactado e tirou espaço do
Cruzeiro, que passou a errar muitos passes.
Grande Pirata
Apesar da melhora, o Palmeiras seguia sem conseguir chegar ao gol
adversário. Aos 13, Gilson Kleina resolveu agir. Sacou Betinho e colocou
Wesley, que voltou a disputar uma partida oficial após seis meses.
Recuperado de lesão grave no joelho, o meia deixou o Verdão mais
agressivo. Em seu primeiro lance, aos 16, ele invadiu a área e, de pé
esquerdo, exigiu boa defesa de Fábio. Seria um belo gol. Aos 21,
finalmente, o Verdão soltou o grito. Uma jogada manjada, mas mortal.
Falta de Marcos Assunção na cabeça de Barcos: 1 a 0.
O gol aliviou a equipe alviverde, que passou a trocar passes com mais
tranquilidade. O Cruzeiro, por sua vez, tinha sérios problemas de
articulação. Parece ter sentido o gol sofrido. Celso Roth fez
modificações (Borges no lugar de Martinuccio e Élber na vaga de Souza),
mas não conseguiu fazer a Raposa crescer. Pelo contrário: o ataque era
inoperante, e a defesa começou a dar pane.
Aos 31, o golpe de misericórdia. Obina, que havia entrado no lugar de
Luan, recebeu na entrada da área e, mesmo bem marcado, conseguiu
encontrar Barcos, na esquerda. E aí o Pirata resolveu em grande estilo:
dominou, tirou a marcação do caminho e, com um leve toque de esquerda,
jogou a bola por cima de Fábio. Belo gol.
Ao final da partida, os palmeirenses se reuniram no meio de campo e se
abraçaram. A esperança alviverde segue viva. Já o Cruzeiro apenas
cumpirá tabela daqui para frente.
==> Fonte: Globoesporte
==> Foto: Reprodução Sportv
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