O jogo foi disputado como se fosse uma final de campeonato. Muita
disposição, pressão da torcida e trabalho árduo dos treinadores, que
tentaram mexer as equipes de todas as maneiras. Mas, apesar de todos os
ingredientes de um jogão de bola, o placar no Independência não saiu do 0
a 0 - e cada time acertou o travessão do adversário uma vez.
Ruim para os dois, o resultado foi ótimo para o Fluminense, que abriu
quatro pontos de frente para o Atlético-MG - mesmo se vencer o jogo que
tem a menos na competição, que será disputado na quarta, contra o
Flamengo, o time comandado por Cuca vai permanecer um ponto atrás do
Tricolor carioca. Projeções à parte, o Galo termina a rodada na segunda
posição, agora com 52 pontos, enquanto o Grêmio permanece em terceiro,
só que com 49.
O Atlético-MG volta a campo na quarta-feira para fazer o jogo atrasado
contra o Flamengo, válido pela 14ª rodada. A partida será no Engenhão,
no Rio de Janeiro, às 22h (de Brasília). Já o Grêmio volta a campo no
próximo domingo, às 18h30m, quando recebe o Santos, no Estádio Olímpico.
Travessão impede gols em ótimo primeiro tempo
O jogo começou a mil por hora. Talvez ainda mais motivados pela vitória
do Fluminense nesse sábado, os dois times só pensavam em atacar nos
primeiros minutos de jogo. Mesmo fora de casa e muito pressionado pela
torcida atleticana, presente em ótimo número no Independência, o Grêmio
não se intimidou e adotou postura ofensiva, com boa troca de passes do
meio para frente.
Apoiados pelos torcedores, os jogadores alvinegros também partiram para
cima e criaram chances, primeiro num chutaço de longe de Leandro
Donizete, que Marcelo Grohe salvou do jeito que deu, e depois em ótima
jogada de Ronaldinho Gaúcho, concluída mal por Guilherme. O panorama
tornou a partida ótima, jogada em alta velocidade e com qualidade pelo
vice-líder e pelo terceiro colocado do Brasileirão.
O gol quase saiu antes dos 24 minutos. Leonardo Silva deu lançamento
para Guilherme na direita, o jogador rolou para trás e encontrou Carlos
César. O lateral entrou em diagonal e deu uma bomba que explodiu quase
na junção entre trave e travessão. A esta altura, o Grêmio assustava nas
cobranças de falta, sempre com Elano.
O equilíbrio era tamanho que o troco veio na mesma moeda. Após
infantilidade de Leonardo Silva, que meteu a mão na bola pela direita da
área defensiva e recebeu amarelo, o camisa 7 gremista cobrou falta
venenosa direta para o gol, quando muitos esperavam o cruzamento. Victor
acabou surpreendido, pulou, não achou nada e só torceu. Para sorte dele
e do Galo, a bola explodiu no travessão. Na sobra, Souza mandou para
fora e desperdiçou chance clara de gol para o Grêmio.
Com a partida lá e cá, o árbitro não deu nenhum acréscimo e apitou na
pinta nos 45 minutos. Bem que Heber Roberto Lopes poderia ter dado mais
alguns minutos para saciar quem acompanhava o jogo, tamanha a qualidade
do futebol apresentado pelas duas equipes no primeiro tempo.
Grêmio melhora, mas placar não sai do zero
O segundo tempo também começou a todo vapor. Zé Roberto e Kleber trocaram passes e, após cruzamento, Ronaldinho Gaúcho apareceu na área defensiva para cortar de cabeça. A resposta não demorou e, em ótima enfiada de bola de Leonardo, Bernard chegou batendo pressionado e abafado por Marcelo Grohe, que evitou a abertura do placar.
O que mudou da etapa inicial para os primeiros minutos da final foi que
o Grêmio conseguiu ficar mais com a bola no pé. Nos primeiros 45
minutos, o Galo teve 63% de posse de bola, contra apenas 37% do rival.
Com o placar inalterado, Cuca resolveu fazer a primeira mexida do jogo
aos 14 minutos. Pouco acionado na etapa final, Guilherme deu lugar a
Neto Berola, que tinha a missão de levar mais velocidade ao ataque
alvinegro, menos efetivo até então do que no tempo anterior.
Mas quem chegou com imenso perigo foi o Grêmio, após vacilo incrível de
Richarlyson. Pressionado pela marcação, ele acabou deixando a bola de
graça para Pará. Já na área, Victor saiu para fechar o ângulo e o
lateral rolou para Marcelo Moreno. Com o gol escancarado, o atacante
chutou mal e a bola saiu à direita da meta atleticana. Chance incrível
perdida pelos gaúchos e bronca geral para cima de Richarlyson que bobeou
no lance.
Vendo o Grêmio superior, Cuca mexeu mais uma vez. Desta vez ele sacou
Carlos César para a entrada de Serginho, que chegou a ser cogitado para
ser titular nesta partida. Já do lado gaúcho, Luxemburgo não esboçava
menção de querer mexer no time, que a esta altura vinha superior ao
rival, pelo menos no que diz respeito a presença no campo de ataque.
Logo depois, o técnico atleticano fez a última alteração, colocando o
ex-gremista Escudero na vaga de Leonardo, que apesar de pouco acionado,
teve papel tático importante na equipe.
Com todas as mexidas do
Atlético-MG feitas, foi a vez de Vanderlei Luxemburgo alterar sua equipe
e o sistema de jogo. De uma só vez ele tirou Zé Roberto e Elano para as
entradas de Marquinhos e Léo Gago. Dois meias deram lugar a outro e a
um volante, mas que tem a seu favor um chute poderoso de fora da área. O
jogo de xadrez continuou e Luxa também fez sua última alteração,
colocando André Lima na vaga de Kleber, que assim que percebeu que seria
substituído se atitou no gramado para revolta dos torcedores
atleticanos. Pela simulação,o jogador foi advertido com o amarelo.
Mas apesar da luta dos jogadores, das mexidas dos técnicos e da imensa
disposição apresentada por todos, o placar acabou inalterado - ruim para
os dois e ótimo para o Fluminense, que abre quatro pontos de frente na
liderança. Nos acréscimos, Cuca ainda arrumou tempo para ser expulso,
por reclamar de forma acintosa com o árbitro.
==> Fonte: Globoesporte
==> Foto: Reprodução Sportv
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