Fabiana Murer sofre com vento forte e fica fora da final do salto com vara

Fabiana Murer foi vencida pelo vento e pelo nervosismo. No sufoco, acertou apenas um salto no Estádio Olímpico de Londres, com o sarrafo a 4,50m. Com ele colocado cinco centímetros acima, errou duas vezes. Na terceira e última chance, com o vento desfavorável, desistiu no meio da corrida e levou a bandeira amarela. Era tudo ou nada. No meio da série de passadas, mais uma vez, parou. Levou a bandeira vermelha e foi eliminada. Viu o ciclo olímpico em que foi campeã mundial indoor e outdoor ficar para trás de forma amarga. Assim como em Pequim, deixou as Olimpíadas de mãos abanando.
A paulista deixou a pista em choque, desolada. Sem chorar, quase sem piscar. Andou em direção às arquibancadas, onde estava o técnico Vitaly Petrov. Os dois trocaram algumas palavras sem se olhar. Depois, a atleta foi conversar com um dos fiscais de prova. Queria ver se, com 4,50m, seria uma das 12 classificadas para a final. Não. Estava eliminada. Tirou as sapatilhas, colocou o casaco e ficou à beira da pista. Olhando as rivais, olhando para o nada.
- O vento estava inconstante, e não consegui manejar isso com a varas. Meus saltos foram muito irregulares. Eu tenho um minuto para saltar e, dentro deste tempo, poderia ir e voltar quantas vezes eu quisesse. Corri mas o vento estava forte. Depois que eu tomei a bandeira amarela, só restavam 15 segundos. Não teria tempo mesmo, e o vento estava forte, estava perigoso. Tentei fazer o que eu podia, mas não adiantava me jogar no último salto e me machucar. É o esporte, acontece - disse, em entrevista ao SporTV.
A equipe técnica brasileira avaliou que Fabiana deveria ter trocado a vara por uma mais dura, mais resistente e capaz de lhe dar segurança diante do vento forte. Nem isso deu jeito.
- O vento estava oscilando muito. No primeiro salto, o vento estava a favor. Ela usou uma vara mais fraca. O vento empurrou, e ela esbarrou no sarrafo no 4,50m. Passou, mas encostou. Quando chegou no 4,55m, o vento virou. Ela tentou uma vara mais rígida. Mas na hora dos saltos ela não estava nem conseguindo correr com o vento contra. Algumas atletas pegaram o vento a favor e conseguiram encaixar o salto - disse o marido e técnico da paulista, Elson Miranda.
Yelena Isinbayeva, que não tinha nada a ver com o drama da brasileira, seguiu seu script de forma exemplar. Passou com muita folga pelo sarrafo a 4,50m e 4,55m. Foi o destaque absoluto das eliminatórias. Além da russa, que busca o tricampeonato em sua última participação nos Jogos, outras 11 atletas garantiram vaga na disputa por medalhas. As outras favoritas são a americana Jennifer Suhr, dona da melhor marca do mundo no ano, a cubana Yarisley Silva, atual campeã pan-americana, e alemã Silke Spiegelburg, que venceu a etapa de Mônaco da Diamond League, última antes das Olimpíadas.

Fabiana perde para ela mesma, e Isinbayeva sobra


Fabiana entrou na disputa em 4,50m, quando mais de 15 atletas já haviam sido eliminadas. Na primeira tentativa, se desequilibrou e não conseguiu. Na segunda vez, raspou a barriga no sarrafo, mas superou a altura. Isinbayeva também decidiu começar a competição nessa etapa. Passou com muita, muita folga.
A americana Jennifer Suhr, dona da melhor marca no ano, só entrou na disputa em 4,55m. Passou tranquila, mas não mais do que a atual bicampeã olímpica. Isinbayeva, novamente, sobrou. As duas passaram apenas a assistir as rivais. Algumas conseguiram passar a 4,55m, altura que garantiria a classificação à final. Fabiana Murer, atual campeã mundial, dona da terceira melhor marca do mundo no ano, não foi uma delas.
Pressionada, na terceira tentativa, demonstrava o nervosismo. No meio da série de passadas, parou. Foi advertida com a bandeira amarela. A organização pediu que ela esperasse um pouco, pois o vento tinha mudado. O pedido simples foi o suficiente para desorientar de vez a paulista. Mais uma vez, partiu para saltar. Mais uma vez, abandonou a tarefa no meio do caminho. Desta vez não haveria uma outra chance. A bandeira vermelha selou sua desclassificação.

==> Fonte: Globoesporte

==> Foto: Agência AP

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