Com hipotermia, Poliana abandona maratona e sai em cadeira de rodas

Nadar em água doce, em teoria, era um trunfo para Poliana Okimoto. Formada nas piscinas, a única representante do Brasil na maratona aquática dos Jogos de Londres só não contava que a temperatura de 19ºC do lago Serpentine pusesse fim ao seu sonho de subir ao pódio olímpico da prova de 10km. Havia treinado em temperaturas ainda mais baixas, havia sido campeã em dias muito mais frios. Na quarta das seis voltas, porém, a nadadora de 55 quilos não resistiu. Tremendo devido à hipotermia, a paulista pediu para ser retirada da água pela organização. Desmaiou e foi levada de cadeira de rodas para receber atendimento médico.
- Ela chorou um pouco porque estava cotada como favorita. Ela nunca perdeu de algumas atletas que estavam na frente dela. Se preparou muito. Já nadou em prova com temperaturas menores, ganhou em Portugal e na França, mas cada prova é uma prova. A estratégia dela sempre foi nadar atrás e reagir no meio. Teve preparação em água fria, e no evento teste, aqui mesmo, a água estava mais fria. A semana toda procurou treinar no lago. A gente acredita que foi o choque térmico, porque está calor fora. Ela já teve outros quadros de hiportemia, mas nunca assim - disse Igor Souza, chefe da equipe verde-amarela de maratona aquática.
A medalha de ouro ficou com a húngara Eva Risztov (1h57m38s2), que disputou ainda duas provas individuais e o revezamento 4x100m livre na piscina do Centro Aquático de Londres. A italiana Martina Grimaldi e a americana Haley Anderson, com a prata e o bronze, respectivamente, completaram o pódio.
Para Igor, a vitória de Risztov confirma a tese de que a temperatura influenciou diretamente a performance das atletas. Com 64kg, a húngara suportou melhor o frio do que as adversárias.
- A menina que ganhou é até mais gordinha do que as outras, tem mais massa muscular, e isso ajudou.
A prova

Poliana Okimoto estava, desde a largada, próxima do principal pelotão. Fechou a primeira volta com 19m28s, mas diminuiu o ritmo nas voltas seguintes. Na terceira perna, a sul-africana Jessica Roux, então lanterna, foi a primeira a desistir. Na volta seguinte, quando ocupava a 16ª colocação, Poliana percebeu que não teria condições de continuar. Tremia demais, apesar de o dia não estar frio e dos termômetros aquáticos marcarem 19ºC. Levantou o braço pedindo ajuda, e a organização a socorreu. Fora da água, a paulista desmaiou. Foi colocada em uma cadeira de rodas e levada para receber atendimento médico. A atleta passa bem e está se recuperando no ambulatório.
No ano passado, Poliana foi a terceira colocada no evento teste dos Jogos, realizado exatamente no lago Serpentine. Na ocasião, o que chamou mais a atenção dos espectadores foi uma invasão de cisnes. Os animais deram trabalho aos organizadores e atrasaram bastante a largada.
==> Fonte: Globoesporte
==> Foto: Reuters

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