Literatura brasileira desembarca na Colômbia

Bogotá, 18 de abril de 2012. Recitando os versos da famosa canção de Chico Buarque O que será, o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, deu as boas-vindas à numerosa delegação de escritores, músicos e artistas brasileiros que aterrissaram na capital do país para a 25ª Feira Internacional do Livro de Bogotá (FILbo). O evento, que acontece entre os dias 18 de abril e 1º de maio, no Centro Internacional de Negócios e Exposições (Corferias), terá o Brasilcomo País Convidado de Honra. O pavilhão brasileiro ocupa três mil dototal de 18 mil metros quadrados da área de exposição.

“O Brasil não trouxe à Feira do Livro de Bogotá apenas a sua arte e a sua cultura. Também veio nosoferecer excelentes exemplos em políticas de fomento à leitura, que estamosacompanhando com atenção e que pretendemos reproduzir na Colômbia”, afirmou o presidente Santos, na cerimônia de inauguração da feira. Também compareceram personalidades como as ministras da Cultura do Brasil, Ana de Hollanda, e da Colômbia, Mariana Garcés Córdoba, a ministra de Educação da Colômbia, MaríaFernanda Campo Saavedra, e a escritora brasileira Nélida Piñon, entre outros.

Para Ana de Hollanda, aFeira do Livro de Bogotá tem também o papel de aproximar culturalmente as duas nações. “Acreditamos que as boas políticas culturais devam ser importadas e exportadas sem qualquer pudor, e é assim que queremos estreitar os laços com a Colômbia em matéria cultural, especialmente no que se refere às populações indígenas que ocupam territórios comuns nos dois países”, afirmou.

Ana acrescentou que, “atualmente, o Brasil está adotando o modelo dos Parques Biblioteca da Colômbia”, em referência ao extensivo Plano Nacional de Leitura e Bibliotecas daquele país, que conseguiu zerar o número de municípios sem bibliotecas. Aministra lembrou, ainda, que o Brasil participará no próximo ano como Convidado de Honra na Feira do Livro de Frankfurt, e, em 2014, na Feira do Livro Infantil da Bolonha.

Indicadores brasileiros

O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, destacou os indicadores revelados pela recente pesquisa de comportamento Retratos da Leitura no Brasil. “Almejamos que a presença do Brasil na feira nos permita conhecer melhor suas políticas de compras públicas e outras ações que o levou a atingir tão apreciáveis resultados. Vimos que conseguiu duplicar o número de livros lidos ao ano, alcançando quatro por habitante, enquanto, no caso da Colômbia, chegamos a apenas dois”.

A Câmara Colombiana do Livro elegeu o Brasil como País Convidado de Honra para comemorar o vigésimo quinto aniversario da feira, que se consolida como uma das mais destacadas da região. Trata-se de mostra com mais de 500 expositores, que recebe durante 14 dias mais de meio milhão de visitantes. Em 2011, as rodadas de negócios da feira receberam mais de 150 compradores internacionais, de 18 países, e geraram mais de US$ 19 milhões em transações comerciais.

Um exemplo para a Colômbia

“Não tem melhor presente para este aniversário que ter o Brasil como país homenageado, porque é uma nação que mora desde sempre nos corações dos colombianos. Além do que, ao comprar cerca de 45% de toda a produção editorial de seu país, o governo brasileiro torna-se um exemplo para nossa administração e o setor editorialcolombiano, uma vez que, na Colômbia, menos de 10% das vendas (do setor) correspondem às compras governamentais”, afirmou Enrique González, presidente da Câmara Colombiana do Livro.

A Fundação Biblioteca Nacional (FBN), vinculada do Ministério da Cultura (MinC), e o Ministério das Relações Exteriores (MRE), em parceria com a Câmara Brasileira do Livro (CBL) e a Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil(FNLIJ), trabalharam em conjunto para que mais de 50 escritores e especialistas em temas do livro e da leitura pudessem apresentar ao longo da feira um panorama da narrativa brasileira, assim como os programas de incentivo à leitura do Governo do Brasil. Dois dos destaques da programação serão a homenagem aos autores Jorge Amado, no centenário de seu nascimento, e Bartolomeu Campos de Queirós, falecido em janeiro passado.
==> Foto: Andrés Piscov

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